sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Tragédia

Tragédia
A Tragédia (do grego antigo τραγδία) é um dos mais importantes géneros literários legados pela Grécia Antiga, em forma de drama, sendo caracterizada pela sua seriedade, dignidade e integridade.
A Tragédia é originária das festas em honra do Deus Grego, Dionísio. O seu nome provém da combinação da palavra tragos, que significa bode (os seres que honravam Dionísio) e odé, derivando na palavra tragoidia (algo como "canções dos bodes").
O género trágico, na sua forma mais pura, só subsiste nas obras dos três grandes poetas atenienses, Ésquilo, Sófocles e Eurípides, pois posteriormente este género entrou em declínio, só recuperando a sua total magnificência milênios depois.

As obras trágicas envolvem um conflito entre uma personagem e algum poder que lhe é superior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade - segundo Eric Auerbach “O trágico traduz uma consciência dilacerada, o sentimento das contradições que dividem o homem contra si mesmo”.
Esta personagem, o herói trágico, distingue-se pela sua virtude e nobreza de carácter. Contudo, o seu papel reflete a constante condição de submissão do homem a um Todo.
Para além de uma qualquer história com um final triste, uma tragédia, preenche um conjunto de requisitos (em geral baseados em Aristóteles) para o ser considerada. Assim sendo, as adversidades que recaem sobre o protagonista não podem ser provocadas por um factor dramático qualquer, como um desastre natural, e nunca por uma falha de cárater do protagonista. Estas devem ser desencadeadas, por exemplo, por um erro de julgamento por parte do personagem principal.
Igualmente, a tragédia deve resultar numa catarse da audiência (por meio da compaixão e do temor, expurgar ou purificar os sentimentos), só assim sendo explicado o motivo da apreciação de  sofrimento dramatizado, sendo harmoniosa e com uma linguagem bastante ritmica

Tragédia grega
Apesar da sua abundante produção na antiguidade, a maior parte das tragédias gregas não sobreviveu até os nossos dias.
Dos três grandes tragediógrafos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, restam-nos apenas sete das oitenta tragédias compostas por Ésquilo, sete das cento e vinte de Sófocles e igualmente sete das oitenta obras de Eurípides.

É a partir das tragédias que se começa a desenvolver a filosofia socrático-platônica, que explora o conceito de alma e de auto-conhecimento, que nortearia, alguns séculos mais tarde, toda a filosofia.
A tradição da tragédia desvanece-se,  após os seus tempos de auge,  com o declínio da cidade de Atenas.
Os romanos não são capazes de reavivar a tradição dramática, limitando-se unicamente a traduções e adaptações das tragédias gregas.

Tragédias medievais
Não existem exemplos, escritos durante a Idade Média, de tragédias, no sentido mais restrito da palavra

Existem sim, epopeias medievais, que seguem muitos dos preceitos das tragédias, tratando temas de cavalaria, Cristandade e os seus preceitos morais.
Dois exemplos destas epopeias medievais os longos poemas narrativos Beowulf e La chanson de Roland.

Tragédias modernas
Um dos grandes tragediógrafos nos tempos modernos foi Jean Racine, que contestou a visão tradicional de tragédia, quando a sua peça Bérenice foi criticada por não conter nenhuma morte.
O seu rival, Pierre Corneille, marcou a concepção de tragédia com peças como Medée e El Cid.
Na língua inglesa, as mais famosas tragédias foram as escritas por William Shakespeare, como Romeu e Julieta, Hamlet e Otelo. As obras deste autor tiveram uma grande influência na literatura ocidental.

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