sábado, 14 de janeiro de 2012

Anagnórise e o Reconhecimento


Do grego antigo "ναγνώρισις", reconhecimento, recurso narrativo associado à tragédia clássica e por vezes à comédia, que consiste no reconhecimento de laços de parentesco até então insuspeitados e que conduz muitas vezes o drama para um sentido inesperado e catastrófico.
Atribuído pela primeira vez por Aristóteles, a anagnórise é um recurso frequente em muitas ocasiões na ficção actual, relatou-a em relação à tragédia, que está relacionada de modo especial.
Segundo Aristóteles, o momento ideal para a anagnórise trágica a é a peripeteia (ponto de viragem da história): num determinado momento crucial do enredo, tudo se revela e fica claro ao protagonista, com efeitos quase sempre catastróficos.
Esse momento na qual se revela uma determinada informação crucial para a personagem muda por completo a perspectiva e reacção do herói, que se adapta ao seu novo destino, personalidade e até os indivíduos com quem se relaciona.
È na comédia e na Epopeia que também, que Aristóteles reconhece este recurso. Porque a anagnórise ou reconhecimento não tem somente consequências trágicas para o protagonista mas também para toda a história, pode também conter consequências humorísticas, dependendo naturalmente das circunstâncias do enredo.
No entanto a anagnórise não se fica por aqui, o reconhecimento de novas particularidades das personagens e da história proporcionam o ponto de viragem de todo o enredo que fornece condições para um certo enaltecimento de uma determinada personagem que sofre com as novas condições. É portanto um recurso da Epopeia.
Por outras palavras a anagnórise ou reconhecimento, passa por um recurso narrativo onde se introduzem novas condições de inserção das personagens e no relacionamento entre elas. Proporcionam consequências: catastróficas, humorísticas ou acabam simplesmente por enaltecer certas personagens e atitudes tomadas.
Este recurso embora, reconhecido há tantas centenas de anos, é um recurso que é comum no entretenimento televisivo e literário contemporâneo. Seja o caso das novelas que contam com tais momentos “inesperados”, ou complementam histórias tão conhecidas dos nossos dias como “Os Maias”.

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