sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Conceito de Hybris

Hybris é um conceito grego que se pode traduzir como "tudo o que passa da medida", ou seja, o desafio, o crime do excesso e do ultraje podendo relembrar a condição de provocação e de arrogância.
A Hybris revela-se quando existe um acto de violação de quebra de regras ou seja um questionamento ou abalar da ordem estabelecida. O inverso da Hybris seria então o cumprimento ético e moral das leis da sociedade.
hybris desenvolve-se através de uma inesperada alteração da ordem natural dos acontecimentos que acaba por mudar toda a acção que conduz ao desfecho.
Na minha opinião a Hybris pode assemelhar-se à perda de controlo dos impulsos naturais nas mais variadas situações. Por exemplo na obra de, "Frei Luís de Sousa", podemos ver a manifestação da hybris na atitude de várias personagens, tal como, na atitude de D. Madalena ao casar com Manuel de Sousa ou até no acto de Manuel de Sousa ao incendiar o palácio para não receber os governadores.
No primeiro caso a hybris existe pois apesar de D. Madalena não cometer um crime propriamente dito podemos ver que ainda em vida de D. João de Portugal amou Manuel de Sousa. A sua falta não estava no facto de amar Manuel de Sousa, pois a fidelidade ao marido tinha sido conservada, mas sim no facto de tentar enganar-se a si mesma. Ou seja a hybris não era um "crime" explícito mas sim algo presente quer na sua mente quer no seu coração.
No segundo caso, com Manuel de Sousa, ao incendiar o palácio como modo de rebeldia ou perda do controlo dos seus impulsos revela também a sua hybris.
Um outro exemplo da hybris, (que não é da obra "Frei Luís de Sousa"), mas que no entanto é muito conhecido é a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. Neste caso quer Adão ou Eva cometeram um crime ao comer o fruto proibido, mas o seu crime foi especialmente a falta de controlo dos seus impulsos (neste caso a tentação do fruto) e também a sua arrogância.
Podemos então considerar a Hybris como um trágico erro que muda o desfecho de toda a "história" pois o indivíduo que a comete é culpável de desejar mais do que lhe foi concedido sem respeito pelos limites ou autoridades. 
Muitos casos destes sucederam e provavelmente vão continuar a suceder. Qual será então a necessidade de desejar mais do que temos, de nos ser impossível conformar com a realidade? E porque é que este parece ser um pecado que persegue o Homem desde o início dos tempos?  

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