Aos olhos de Aristóteles, o herói/personagem trágico ideal, tem de viver um reverso, havendo uma passagem da imensa felicidade para o fracasso total, para a infelicidade completa do personagem, sendo esta passagem consequente de um erro de extrema importância cometido pelo personagem, como uma decisão errada, uma lei quebrada, considera-se uma falha trágica designada por hamartía.
Segundo Aristóteles, o ‘’carácter dá ao Homem as suas qualidades, mas são os seus actos que o tornam feliz ou miserável’’ portanto nesta visão das coisas, o que torna o personagem numa figura trágica é o facto de apesar de esta possuir deveras qualidades e virtudes, um simples passo em falso, erro, pode levá-la à sua auto-destruição.
Ainda de acordo com o ponto de vista de Aristóteles, esta peripécia remetida de uma hamartía teria de consistir necessariamente na infelicidade de um homem bom. Desta forma, o erro/falha trágico(a) para que a tragédia deve suceder-se de um acto de ignorância e não de uma falha de carácter, porque desse modo o sujeito não poderia ser considerado um homem bom.
Mariana Castro
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