sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Conceito de Catarse

A palavra Catarse deriva do grego Kátaharsis. Catarse é uma palavra utilizada no contexto filosófico, psicanalítico e religioso, tendo significados como purificação, purgação, etc.
Aristóteles estudou os espectáculos teatrais - as tragédias gregas, interessando-se assim pelo impacto que estas representações causavam nos espectadores.
As situações dramáticas de extrema intensidade e violência representadas pelos actores, provocam no auditório sentimentos de terror, piedade e compaixão, provocando-lhes alívio ou purgação desses sentimentos.
Para Aristóteles, esta obra de arte (o teatro) deveria sempre provocar a Catarse, isto é, provocar a purgação das emoções dos espectadores. Deste modo, a palavra Catarse designa a "purificação" sentida pelos espectadores durante e após uma representação dramática. Devido ao facto de Aristóteles também ter sido médico, tal terá contribuído para que ele entendesse a encenação dramática como uma espécie de remédio ou cura da alma, ajudando o auditório, ao assistir ao desenlace, a expelir as suas dores e sofrimentos.
Freud estudou a influência das memórias do inconsciente no comportamento humano. Através das terapias clínicas (psicanálise - hipnose e regressão) é possível que um indivíduo experimente diferentes emoções que o podem conduzir à cura. A este processo, a psicanálise dá o termo de Catarse, que designa o estado de libertação psíquica que conduz à superação da perturbação psíquica.
No sentido religioso, são igualmente demonstrações de Catarse ou de purificação da alma, as emoções manifestadas pelos participantes de um ritual religioso ou, por exemplo, no acto de confissão.
Concluo o conceito de Catarse como:
   - No âmbito filosófico, a Catarse é uma acção purificadora que a tragédia deve realizar no espectador;
   - No âmbito religioso e moral, a Catarse é uma acção reintegradora da pureza;
   - Por fim, no âmbito terapêutico, o efeito deste conceito tem como função a eliminação de recordações que perturbam a consciência.

   Inês Ameixa nº14

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