Em ''Alice no País das Maravilhas'' faz-nos entender como funciona o subconsciente de uma criança, Alice, que está a um passo de se tornar adolescente.
Todo este sonho gira em volta de situações, atitudes, emoções com que a menina se vai cruzar ao longo da sua vida, partindo do início da adolescência.
Na minha perspectiva, o sonho de Alice reflecte inconscientemente todos os seus medos, as suas inseguranças e todas as tuas formas de agir e reagir quando se tornar numa mulherzinha.
Como é normalíssimo, a adolescência é um período de grandes dúvidas tanto quanto em relação a nós próprios como também em relação ao resto do mundo, e Alice não foi excepção.
A dúvida da própria existência consumiu Alice e nem ela própria sabe lidar com isso, por isso ao longo de toda a história ela se questiona sobre quem é ela afinal, onde até chega mesmo a pensar que poderá ser uma das suas amigas.
Alice sofre várias transformações de tamanho ao longo de todo o livro e que talvez, na minha opinião, estas demonstram, uma avaliação de todos os prós e contras, sobre deixar de ser uma criança para se tornar em adolescente.
O facto de quando Alice se encontra maior em tamanho, faz com que ela se sinta mais confiante de si mesma, mais crescida, com uma superioridade nunca antes sentida, e destemida para conseguir e poder enfrentar o mundo que a espera lá fora. Mas, quando o seu tamanho diminui, Alice volta a sentir-se a criança inofensiva, inocente e impotente que ainda não deixou de ser, o que eventualmente reflicta a vontade desta menina, de crescer.
Alice, à medida que a história vai avançando, começa a descobrir o conceito de (in)justiça, quando se cruza com uma rainha de copas, que não dá o mínimo de valor à vida, e que manda decapitar imensas criaturas daquele mundo, por qualquer motivo que lhe pareça razoável.
Na minha opinião toda esta injustiça com que a criança se depara no País das Maravilhas talvez possa ser um dos contras relativamente ao seu crescimento, pode ser uma demonstração do mundo real onde ela vive, representado pelo seu subconsciente, um mundo cruel e injusto. Para mim, tudo o que acontece nesta obra, é uma espécie de preparação, para que Alice esteja prevenida para a nova fase da sua vida, e que a sua infância ficou para trás.
Quando eu era criança e me contaram pela primeira vez a história de Alice no País das Maravilhas, eu nunca a interpretei deste modo, mas de repente apercebo-me de que tudo tem uma segunda intenção, apenas é necessário não sermos inocentes o suficiente para a descobrir.
Mariana Castro
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