quinta-feira, 5 de maio de 2011

Alice no País das Maravilhas

“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, escrita por Lewis Carroll aborda vários assuntos de uma forma pouco directa e diferente da nossa realidade e maneira de ver e lidar com a vida. O livro leva-nos a um mundo que nós consideramos diferente do nosso e até mesmo estranho. O extraordinário é algo de normal, algo inquestionável. Ao longo de toda esta obra encontramos conceitos, peripécias, personagens que não são aquilo que consideramos realidade, mas na verdade não é por algo ser diferente ou não ser igual ao que é nosso que se torna inexistente e insignificante. Isso faz deste mesmo tema algo curioso porque percebemos que todos nós temos pontos de vistas, opiniões e criticas a fazer diferentes ao longo da vida. Um dos assuntos que mais ouvimos abordar nesta obra é a ‘Justiça’, mas é uma definição completamente diferente da definição que para a nossa realidade é dada. Ao longo da história da Alice no País das Maravilhas podemos observar que a sua teoria de justiça é bastante relativa e condicionada, fútil e vago não sendo a mesma para todos e muito menos distribuída de igual forma. Quem mandava nesse mundo era quem possuía mais poder e maior importância o que levava a desfavorecer as restantes pessoas sendo ela iguais e merecendo os mesmos direitos. Apesar de acharmos que a Justiça na Alice no País das Maravilhas não ser a mais correcta e a mais justa, na minha opinião não podemos por em causa a forma como ela mesmo é aplicada na história porque nem todos temos de reger pelos mesmos princípios e ideias, sendo para eles uma justiça correcta e com todo o sentido e sendo a nossa completamente absurda e sem cabimento nenhum. Algo que também podemos observar é que o papel de ‘Justiça’ na obra é apenas condenar sem por hipóteses de haver perdão ou segundas oportunidades. O conceito de justiça é aquilo que as leis e os costumes de uma cidade ponderam favoráveis para o bem-estar da comunidade e neste mundo, o bem-estar é apenas para alguns. No livro encontramos três capítulos que abordam com pormenor a justiça e as suas condições.
Uma é no capitulo III, “A Corrida Presidencial e uma História Comprida’, e nos capítulos XI e XII, “Quem roubou as tortas?” e “O depoimento de Alice”.
O capitulo III o Rato conta a sua história a Alice e é uma teoria de Justiça que é tratada como um meio para a cadela Fúria conseguir alcançar o seu grande e único objectivo, que é comer o rato. Fúria serve-se da teoria de justiça perante o Rato para um crime que este não cometeu. Seria esse mesmo o julgamento em que a cadela Fúria faria o papeis de juiz e jurada, e que, logo à partida, o rato seria condenado e considerado culpado, sendo então uma justiça sequestrada e desvirtuosa. Neste exemplo podemos perceber que acaba por ser uma justiça pouco justa, sendo uma teoria que não está em conformidade com a verdade sendo ela o intermédio para a realização dos interesses pessoas da Cadela Fúria.
O capitulo XI e XII, é o julgamento do Valete em que o Rei e a Rainha o acusam de ter comido as tardes todas da Rainha. Alice é uma das muitas personagens que tem de prestar depoimento. Enquanto está sentada e à espera Alice começa a crescer e a aumentar significativamente de tamanho o que lhe dava a transmitir mais confiança e força de si mesma. Após essa transformação Alice diz tudo o que acha e sente, sendo antes incapaz de fazê-lo. Esse acto apesar de justo não foi o mais correcto porque esta não soube usar os argumentos de uma forma positiva, desrespeitando os outros dizendo tudo o que quer sem ter cuidado com as suas palavras e com os seus superiores, o Rei e a Rainha.
Podemos então concluir que apesar de termos bem a noção do que para nós é Justiça e que precisamos dela para haver um bom funcionamento no País e perante todos os cidadãos, pode haver conceitos de Justiça diferentes e sendo eles correctos também. Podemos ver também que ao longo da vida há coisas que nos parecem ser injustas e acabam por ser justas para outros e por vezes para serem justos connosco temos que cometer injustiças para com os outros. Dificilmente conseguimos agradar todos de igual forma.
Inês Carrasco

quarta-feira, 4 de maio de 2011

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas

Quando me foi anunciado o livro da Alice como parte do plano de leitura, estranhei. Sempre tinha achado que este livro era apenas um simples livro de contos para crianças que não requeria grande interpretação, no entanto agora sei que é o oposto. Este livro tem a capacidade de nos transportar para um mundo imaginário onde a lógica é inexistente e reina a loucura relativa, pois desde o momento que Alice entra na toca do coelho nós entramos com ela e podemos claramente reconhecer e identificar-nos com todos os seus obstáculos.
No País das Maravilhas tudo é distorcido tornando-se num mundo paralelo onde a realidade é ao contrário e sem grande sentido, no entanto alguns pormenores se mantêm em relação à sociedade actual. Um exemplo é a hierarquia da população, ao longo do livro podemos ver que neste País algo muito presente é o facto de cada pessoa estar incluído num estrato social. Por um lado temos, a Duquesa, a Rainha, o Rei e por outro temos ou criados ou soldados e todos os outros servos do reino. Outro exemplo poderia ser a ideia de Justiça, algo que está muito presente ao longo do livro, já que Alice assiste variadas vezes a julgamentos e a exercícios de poder.
No entanto nem tudo são semelhanças, algo que podemos observar claramente neste mundo paralelo é o facto de existir uma relação próxima entre os desejos e a realidade. Enquanto no mundo real temos um desejo ou aspiramos algo o seu efeito não é imediato, no mundo das maravilhas o desejo tem imediatamente uma reacção abrindo então portas para outros caminhos alternativos.
Neste livro algo que aprendi ser muito importante foi o uso das palavras e como podem mudar o sentido de uma frase ou de um diálogo. Quer a repetição das palavras ou o uso de termos ‘pomposos’ por parte da Alice.
Alice é uma personagem muito intrigante, é uma criança que ao longo da sua aventura imaginária sofre várias mudanças e metamorfoses na busca do seu “EU”. Creio que neste sonho Alice encontrava-se numa crise de identidade, procurava saber quem era, “É que sabe-se lá se isto não vai acabar comigo a desaparecer completamente como uma vela - disse ela para consigo – Que serei eu então?”. Algo que podemos observar em várias situações é a divisão do sujeito de Alice. Parece que Alice se divide em duas figuras, tendo então a capacidade de se auto-observar desde do que para si é mais visível até ao seu interior para o que é mais privado. Graças a esta capacidade podemos também ver que Alice chega até a dar conselhos a si mesma, admitindo no entanto raramente os seguir.
Ao longo do livro Alice é questionada não só pelos outros mas por si mesma sobre quem era, e talvez esta aventura fosse a descoberta desse enigma. Ou talvez porque Alice estaria a passar por uma fase de crescimento na qual teria de deixar de ser criança. Este sonho poderia então ser uma última oportunidade de ser criança e de aproveitar a vida ao seu todo antes de crescer para adolescente, tal como vemos ao longo do livro ela procura o Coelho Branco que sempre se encontra atrasado e com pressa, provavelmente era assim que Alice se sentia, sem tempo para usufruir desta fase da sua vida. Talvez fosse por isso que Alice tanto buscava o Coelho Branco, possivelmente queria ter mais tempo para ser criança, para continuar a imaginar e a congeminar ideias loucas que apenas fariam sentido no seu mundo.
Ao longo do livro Alice cresce e diminui. Quando cresce, Alice torna-se mais segura de si, confiante e forte. No entanto quando diminui torna-se mais frágil e hesitante. Alice era por isso uma pessoa muito instável emocionalmente, por vezes era capaz de chorar um rio de lágrimas, por outras era capaz de estar alegremente a correr numa corrida eleitoral. Esta instabilidade de Alice é uma das suas principais características ao longo do livro.
A justiça, presente no livro, é basicamente uma fachada. Pois à primeira vista podemos ver que existem tribunais, julgamentos, juízes, (ou seja símbolos de justiça imparcial), no entanto após reflexão podemos observar todos estes símbolos são uma frente para um falso sistema no qual as principais fontes de poder, (a Rainha e o Rei), criavam uma ilusão de justiça que no entanto nunca existia pois quem saia a vencer seriam sempre quem eles quisessem beneficiar e não quem estivesse certo ou errado. Será esta justiça tão diferente da realidade? Não é uma realidade que por vezes quem ‘vence’ não são necessariamente as pessoas que estão correctas mas sim as que têm mais influência ou poder?
A meu ver o que ocorreu foi também uma crítica social a estas situações de (in)justiça, no entanto neste livro ao contrário do que se passa na vida actual, temos um exemplo de alguém que teve a coragem de se opor a este sistema opressivo. Alice no julgamento do Valete, (situação na qual o Valete estava a ser julgado por um crime que não havia cometido), comprovou a sua repulsão:
“- Caluda! - Ordenou a Rainha, vermelha de cólera.                   
 - Não me calo nada! – Disse Alice.”
            Creio então que existem vários pontos a reter desta história mas o principal é nunca deixar que o medo ou receio crie obstáculos na nossa vida pois essa ideia de impossibilidade, até experimentada por Alice quando pensava ser impossível sair do País das Maravilhas, é algo que pode vir a controlar a vida de alguns. O medo é um grande impedimento que testa a nossa resistência ao longo da vida, quer queiramos ou não sempre existirão os ‘mais fortes’ e os ‘mais fracos’, mas devemos aceitar este livro como uma metáfora, será mesmo necessário ter três metros de altura como Alice para enfrentar os nossos medos? Claro que não, logo é imprescindível manter o controlo das situações sem nunca afligir.

Alice no País das Maravilhas


Na obra ‘Alice no País das Maravilhas’ de Lewis Carrol, encontram-se diversas situações estranhas e irreais. Coisas que jamais poderiam acontecer no Mundo real e que só mesmo em sonhos se podem realizar. Por exemplo, Alice, a personagem principal da história, muda de tamanho muitas vezes durante a obra. Umas vezes diminui para poder passar por certas portas e outras vezes cresce… Todos os desejos de Alice durante a obra se realizam e no fim, descobre-se que todos estes episódios e histórias por que Alice passou, não passaram de um sonho e por isso é que os seus desejos se realizavam, os animais  falavam, as pessoas eram estranhas e as suas acções também.
Uma das situações mais estranhas na obra é a noção de justiça que se observa ao longo do tempo. É completamente diferente da noção de justiça no mundo real. No País das Maravilhas, a justiça é exercida em função das vontades e desejos dos reis, ou seja, tudo o que o rei acha que é justo, é a justiça de todos.
Ao longo da obra, a rainha, uma das personagens centrais a quem todas as outras personagens deviam obediência, mandava cortar cabeças constantemente por questões insignificantes e ridículas. Do mesmo modo, também em todos os jogos em que a rainha participava, era a vencedora, mesmo que tivesse jogado pessimamente.
As pessoas tinham que aceitar e estar sempre do lado dos reis, porque senão eram decapitadas ou sofriam castigos como se tivessem cometido algum crime. Quando o rato conta a história que o fez não gostar de cães, também se observa uma grande falta de noção de justiça, pois como na ausência de juízes para julgar o caso, foi o cão que fez de juiz. Esta situação parece aos olhos da realidade actual, aberrante, pois como é óbvio, sendo o cão juiz de si próprio, vai decidir a seu favor.
Em diversos momentos da obra, as pessoas são mandadas ir a tribunal à mínima coisa que façam. O tribunal criado para resolver conflitos entre as pessoas, para se julgar quem infringiu as leis, procurando aplicar as mesmas e tentar fazer justiça, é nesta obra uma verdadeira anedota e deixa em quem lê um profundo sentimento de revolta por tanta injustiça.
Estes são alguns exemplos de situações em que se vê como a justiça é encarada no livro de Alice no País das Maravilhas.
Esta maneira de ver a justiça, centrada nos reis, faz lembrar os regimes absolutistas, anteriores à separação de poderes: executivo, legislativo e judicial.
Maria Francisca

Alice no País das Maravilhas

“Alice no País das Maravilhas” é um livro com um toque extraordinário… nem sei por onde começar.
No início desta obra, Alice segue o Coelho Branco para dentro da sua toca. Após sofrer uma queda invulgar, durante a qual a menina podia dar-se conta de todos os objectos à sua volta, (a queda quase faz parecer que o tempo se encontrava estático), Alice vê-se dentro de um átrio com várias portas trancadas. Com o desejo de sair dali,  pega numa chave que abre uma pequena porta. No entanto, Alice é demasiado grande para por lá passar e chegar ao  belo jardim. Desta vez, desejando ser mais pequena, a menina encontra uma garrafa que lhe ordena que a bebesse. Alice bebe o seu conteúdo e começa a decrescer rapidamente. Nesta altura, sente-se muito estranha e consegue imaginar-se como algo que nunca viu ou foi “a chama de uma vela depois de se ter apagado”. À medida que as alterações ocorrem durante a sua estadia no país das maravilhas, vão-lhe sendo privadas ou concedidas coisas a fazer, dependendo do seu tamanho. No início da obra podemos também destacar que a relação dos desejos e a realidade é muito próxima, são quase um único; quando Alice deseja, Alice tem. É isto que normalmente acontece.
É por esta altura que nos começam a ser dadas informações acerca da crise de identidade de Alice. A partir daí, mais metamorfoses ocorrem e a certa altura a menina já não sabe quem é. Os problemas de consciência surgem, deixam-na frustrada; Alice não se reconhece a si própria;  há momentos em que partes do seu corpo tais como pés e pescoço já se lhe encontram tão distantes que passam a ser sentidos como algo exterior à sua pessoa.  Tenta então, numa cronologia, detectar o momento em que foi trocada com outra menina. Isto faz com que Alice se torne instável tanto a nível físico como mental deixando de ter controlo sobre si mesma; isto leva a uma crise de identidade que se caracteriza por uma oscilação de mudanças físicas e psicológicas. Alice vê a imagem que preservava acerca de si própria a distanciar-se cada vez mais dela e fica muito desiludida com o seu reflexo. Aí apercebe-se que não existe uma verdade absoluta.
Alice é curiosa; aliás, se não o fosse, a menina nunca teria entrado pela toca do coelho adentro e a história nunca se teria desenrolado. A certa altura, Alice acha que tudo deve ser extraordinário e não consegue evitar estranhar quando algo fora de comum não acontece.
Alice é sensível, porém é um pouco senhora de si; este é o seu mecanismo de defesa, uma vez que se encontra sozinha neste país maravilhoso. Alice entra em pequenos conflitos com muita facilidade devido à sua grande perspicácia; quando não concorda com algo, ou não percebe, ou quando percebe que está a ser enganada, não hesita em por em questão a situação. “Eu sou mais velha do que tu, e por isso devo saber mais. E Alice recusou-se a acatar tal coisa, sem saber a idade que ela [Arara] tinha […].” É como se Alice funcionasse como um elemento destabilizador da ‘normalidade’ e paz do país das maravilhas, é estranha e nem sempre bem acolhida por isso. Por esta razão Alice não pode deixar de se sentir desconfortável em certas situações; a menina sente quase sempre uma incompatibilidade com os outros.
                No país das maravilhas não há regras; os jogos são arbitrários – não interessa quem ganha e quem perde. Parece que no livro, tudo leva a algum e a nenhum lado, que há sempre e nunca um objectivo a alcançar. O sentido das palavras também pouco importa nesta obra. No capítulo III, Alice e o Gato iniciam uma discussão acerca das palavras rosnar e ronronar. O Gato remata dizendo “Chama-lhe o que quiseres”. Durante o julgamento surge a palavra relevante, esta causa alguma confusão ao Rei que tenta ver qual das palavras, relevante ou irrelevante, soava melhor, não interessando o seu significado. Outro tópico irrelevante (ou devo antes dizer, relevante?) no país das maravilhas é o tempo; penso que é mais fácil pensarmos que o tempo não passa, que nunca irá passar, pois o tempo é impiedoso. Porém há um certo contraste entre o apressado Coelho Branco e a desconsideração de outros animais pelo tempo.
No capítulo XII o cenário é do julgamento do Valete. Mas porquê? Porque será que estão a Rainha e o Rei tão impacientes e desejosos de terminar o julgamento e punir o pobre valete? Que fez ele? Roubar tartes? Como sabem eles isso sem qualquer fundamento fruto de uma investigação? Através de uma carta escrita por alguém? Esta situação é de facto uma crítica ao sistema judicial; várias pessoas foram actrizes de uma sucessão de acusações nada fundamentadas. O que o autor pretende retratar são talvez os regimes totalitários em que as vítimas da injustiça nada podem fazer contra quem os incrimina injustamente. Esta é uma situação de abuso de poder em que a governação se faz de acordo com interesses e necessidades pessoais, as leis não são cumpridas ou então são inventadas arbitrariamente e na ocasião, resultando assim uma rede inquebrável de corrupção. Há uma ordem deveras desordenada e perversa presente no julgamento; esta desordem para mim é um factor de encobrimento daquilo que realmente importa naquele julgamento. A presunção de culpa de que é vítima o valete faz-nos pensar que o que está a ser exercido não é a justiça, mas sim a injustiça. Qualquer pequeno facto apresentado é utilizado para fazer uma acusação. Quase não há distinção de papéis no tribunal; O Rato que Alice conhece no capítulo III é vítima de uma injustiça e podemos ler no poema apresentado “ Disse o rato pr’á cadela: nenhum auto resultaria de tanta balela; sem jurado nem juiz […] serei juiz e jurada […] pois era ideia dela comê-lo de cabidela ou senão de caldeirada.”. Os depoimentos são inúteis de tão ridículo é o cenário. A liberdade de expressão é inexistente para alguns; quando é feita uma tentativa de expressão, esta é imediatamente reprimida. Ao longo da obra, são feitas várias referências a situações em que animais comem animais; estas situações são para demonstrar a hierarquia que existe no mundo; os mais poderosos ganham constantemente só porque são mais fortes ou maiores. São feitas várias ameaças durante o julgamento. Porém, o facto de a Rainha se tornar repetitiva, cria nas pessoas e animais um sentimento de despreocupação crescente e descrédito à medida que a Rainha continua com as suas ameaças, ela passa a ser levada menos a sério por todos. Alice, pelo contrário, ao crescer parece ganhar mais importância, é como se passasse a ser ‘mais’ Alice e consequentemente começa não só a ganhar mais confiança em si própria, mas como também passa a ser levada mais a sério. O seu sentido crítico aguçado permite-lhe, durante esta sua viagem por este bizarro mundo, desmascarar todos aqueles que se encontram no julgamento e que já lhe tinham feito ameaças; ”Mas quem é que tem medo de si? […] Vocês todos não passam de um baralho de cartas!”
                Crescer traz também a vantagem de podermos ganhar o crédito dos outros e de começarmos a ter maior consciência daquilo que nos rodeia. Isso permite-nos ter espírito crítico que nos faz olhar o mundo de maneira muito diferente. Só assim conseguimos avaliar as coisas que nos são transmitidas e não as assimilar acriticamente. É assim que Alice procede; a menina é por vezes bastante resistente aos factos que lhe são apresentados.
O conceito de justiça presente em “Alice no País das Maravilhas” adaptado para o mundo real seria considerado uma farsa.
Um facto presente no livro é a falta de interesse por certas coisas. A menina encontra-se várias vezes deparada com situações em que o caminho a seguir pouco importa, como o fará igualmente. Um exemplo disso é encontrado no capítulo III. A corrida eleitoral é feita com o objectivo de os animais se secarem depois de se terem molhado no lago de lágrimas de Alice. O Dodó para explicar como iriam proceder durante a corrida diz “não interessa a forma exacta”. Nesta corrida cada um começava e acabava quando queria, a liberdade era total. No capítulo VI, Alice, em conversa com o Gato “-Não me importa muito onde…. [para onde ir] – respondeu Alice. – Então também não importa muito por onde vás – disse o Gato.” O capítulo IX remete para a moralidade; as intervenções da Rainha são rematadas por uma citação moral que serve para justificar o que se passa, mas o verdadeiro significado das normas morais não tem real importância.
Concluindo, considero esta obra muito interessante, na qual se vão descobrindo, a pouco e pouco, novos pormenores que são indispensáveis para a nossa compreensão deste complexo país que é o país das maravilhas.
Se observarmos bem, compreenderemos que Alice, afinal sempre teve todo o poder que queria. Ela sempre o soube, ainda que por vezes não se desse conta, e agia com uma certa margem de erro.
Penso que este livro é como que uma forma de Alice se descobrir a si própria, uma vez que nós nunca somos aquilo que pensamos ser, e ter mais consciência de si mesma. Mas por que razão acorda Alice depois de ter desmascarado o baralho de cartas? Na minha opinião é como se Alice tivesse cumprido a sua missão que tinha como objectivo a descoberta e afirmação de si própria; o livro é como que uma viagem, um misto entre o sonho e a realidade, em que Alice (umas vezes grande, outras pequena) busca a sua identidade, árdua tarefa esta com todas as peripécias que sucedem entretanto! Uma vez atingido o objectivo, está na hora de acordar!  
Uma grande parte do nosso tempo foi passado com este livro no 2º período e acho que vai ficar connosco para sempre.

Alice no País das MaravilhasAlice no País das Maravilhas


Quando pomos em questao a interpretação das palavras usadas por Alice, podemos pensar que Alice usa as palavras porque as acha estranhas, Alice ainda é jovem e esta numa fase de transformações. Por vezes Alice esta confusa com o seu significado. Temos exemplos disso quando Alice se refere à Latitude e à Altitude durante a queda na toca do coelho. Como as ouviu em algum lado e gostou da maneira como soavam, resolve usar as palavras para dar um ar mais intelectual ou porque simplesmte soavem bem. Como anteriormente referido, no princípio de “Alice no País das Maravilhas”, Alice utiliza as palavras “Longitude”, “Latitude” e “Antipatas” (em vez de antípodas), quando utiliza a palavra “Antipatas” parece ter alguma noção do significado desta, pois esta não lhe soou tão bem quanto desejaria. Isto remete-nos, mais uma vez, para variar, para o crescimento mental de Alice. Mesmo antes de nos apercebermos que tudo o que Alice vive é um sonho. É neste primeiro capitulo que conseguimos apercebermo-nos de que Alice começa a sentir mudanças não só fisicas mas psicologicas tambem. Ao encolher e crescer junta-se montes de macacos na cabeça de Alice. Com a leitura de “Alice no País das Maravilhas”, podemos verificar que existem várias situações onde as palavras não são utilizadas com os seus significados, mas sim com os significados que os intervenientes querem que estas tenham. O proprio significado das palavras é distorcido ou usado inquivocamente quando falamos do topico justiça! No “tribunal”, Alice é “julgada” por um “juiz” e a sua situaçao é avaliada por um “juri”. Neste episodio Alice deparasse com um conjunto de falsos nomes. Estao tambem mal empregues, pois é impossivel haver um juizo quando o juiz é um rei o que nos da a entender que Alice esta a ser julgada por um regime tirano e não podera haver um julgamento justo e incluirem um juri nesta cena é tambem impensavel. Conclu-o que a utilização das palavras no Livro é à descrição de cada um, pois qualquer um pode tirar multiplas conclusoes.  

Dissertação da obra "Alice no País das Maravilhas"

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, é uma história na qual a imaginação é a sua protagonista. Na sua maioria, a obra decorre num país fantástico, onde tudo não passa de pura imaginação. O mundo onde entra Alice é caracterizado pelo seu grau de estranheza e anormalidade. O autor dá vida aos personagens, isto é, aos animais, e confere um carácter relativo ao que chamamos de “tempo” e “tamanho físico”.
Alice é uma menina diferente, gosta de acção e aventura, o que lhe suscita bastante interesse, e o que talvez seja uma boa justificação para o facto de ser um pouco curiosa.
Na verdade, toda a aventura não passa de um sonho, o que faz com que as regras presentes na realidade sejam quebradas, dentro de um mundo tão desorganizado e sem leis ou princípios, como é o mundo do País das Maravilhas.

 Presentes na obra, encontramos algumas perguntas como, “Quem sou eu?”, “Como sou eu?” ou “O que sou eu?”. Alice interroga-se acerca da sua identidade e, ao longo da história, observa-se um autêntico desequilíbrio entre aquilo que Alice é e aquilo que pensa que é, havendo assim uma certa distância entre ela e o seu sujeito, uma certa separação entre “eu” e “a minha pessoa”. No final do livro, iremos ver e concluir que são precisas todas as peripécias que vão ocorrendo ao longo da narrativa para Alice se encontrar e perceber quem realmente é, e como é.

Outro facto que nos chama à atenção é a questão da justiça. Será que a justiça é praticada “correctamente”, ou melhor, como a praticamos na nossa sociedade? Será dentro deste mundo imaginário onde Alice tudo questiona e estranha, que a justiça actua pela igualdade de todos e pelo bem conjunto?
A justiça, nesta obra, é algo bastante superficial, que quase ou nada tem a ver com o próprio conceito de “justiça” dentro da nossa sociedade. A justiça é exercida inconscientemente, onde o juiz pode então desempenhar o cargo de jurado ou outro. A justiça é algo supérflua neste mundo fantástico. No País das Maravilhas, a justiça é exercida consoante a necessidade ou agrado do que a exerce.
Como já referido, a justiça dentro desta obra, a meu ver, é algo superficial, algo que se faz passar despercebido. É apontada como algo de uma extrema ignorância e imparcialidade, pois alguém que seja superior pode tomar as posições que lhe agradarem, posições essas que poderão ser inconscientes e, ou imparciais, sem qualquer reflexão.
 A própria da justiça é injusta, prevalecendo assim a lei dos mais fortes, que por sua vez, têm um grande peso dentro da história.

Na obra, as palavras nem sempre são usadas de acordo com o seu significado, podendo assim serem usadas por Alice pelo simples facto de serem “pomposas”.
No capítulo primeiro, Alice questiona-se: “Será que gatos comem morcegos?”, “Será que morcegos comem gatos?” Aqui, deparamo-nos com uma certa inversão dos factos perante o desconhecido.

Em várias passagens, Alice sente como que alguma falta de coerência em atitudes dos personagens, não concordando assim com algumas delas. Muitas vezes, o ser humano age como louco, daí a afirmação do Gato de Cheshire, de que “somos todos loucos” e de que se Alice não o fosse, não teria entrado naquele mundo. A loucura, nesta história, é bastante relativa, pois depende de padrões de comportamentos estabelecidos como “correctos” numa sociedade, tendo como eixo de sustentação um certo modelo. O Gato aborda assim essa tal relatividade.

            Ao longo da acção, que nem sempre é concisa, repleta de entrar e sair de personagens, acontecimentos variados, e a dúvida do que é afinal a moral, Alice sofre diversas mudanças, isto é, Alice passa por uma série de metamorfoses, como a mudança de tamanho. Este facto é contínuo e presente na história, pois Alice ora aumenta, ora diminui. Na minha opinião, essa oscilação de tamanho talvez tenha que ver com o nível de confiança a que Alice se encontra nesse determinado momento.

            Assim, Alice é uma jovem que se encontra no estado de transição entre a infância e adolescência, uma rapariga de personalidade sonhadora, que vive num mundo próprio com uma ténue ligação à realidade, contrariamente ao que acontece com a irmã. A obra passa então não só a ideia do que é o mundo fantástico, e das suas repercussões e distinções com a realidade, mas também o que Alice tem de passar e os obstáculos que se levantam perante ela que mais tarde a ajudam a descobrir quem verdadeiramente é e o seu crescimento e mudança de criança para adolescente.
            Alice no País das Maravilhas é apresentado como um conto infantil, mas é preciso não se ser tão inocente e perceber que para além da história de uma menina que sonha com um país imaginário e oposto ao mundo da realidade, uma história como esta pode tão bem mostrar as mudanças que ocorrem quando passamos de crianças para adolescentes e as fases pelas quais temos de passar para descobrirmos quem realmente somos.

Inês Ameixa nº14

Tese sobre a "Alice no País das Maravilhas"

O livro “Alice no País das Maravilhas” conta-nos a história de uma rapariguinha chamada Alice que cai dentro da toca de um coelho que se encontra atrasado para um compromisso. Este livro é um confronto entre várias ideias que devem ser aprofundadas. A ideia de como a justiça é abordada ao longo de todo o livro agradou-me particularmente. Nesta obra a justiça é retratada como algo que ocorre em função de um sujeito que é superior (seja em tamanho, seja em poder ). Está patente ao longo do livro que a justiça nem sempre é justa, e talvez isso tente demonstrar uma realidade que existe no mundo em que vivemos e nas situações que enfrentamos no nosso dia-a-dia. A justiça é feita em função de quem convém, de quem tem mais meios de a pagar e de se apoderar dela. O conceito de justiça aplica-se quando temos a necessidade de resolver problemas da melhor maneira possível e de uma forma totalmente igual. A justiça apareceu para sublinhar a ideia de que todos têm os mesmos direitos e todos têm o direito de usufruír destes mesmos. Por isso, na minha opinião, a justiça é algo injusto, mas algo indispensável no nosso quotidiano. O que era de nós sem a justiça? Em diversas situações sentimo-nos injustiçados, quando algo não nos corre da melhor maneira possível, mas e se esta não existisse? Talvez não fosse possível governar o Mundo e tentar manter uma estabilidade, pelo menos aparente. Ao ler o livro reflecti sobre esta ideia e associei bastante a forma de justiça representada no livro com a forma de justiça com que nos deparamos ao enfrentar diversas situações. A justiça no Mundo real está explícita tanto nos tribunais em grandes casos, como num simples sermão que não foi merecido e que foi, deste modo, injusto. Desde cedo, que nos é imposta uma ideia pré concebida e uma definição totalmente elaborada daquilo que pode ser a justiça. Mas será que esta existe mesmo? Ou é uma simples farsa que o ser humano inventou para se mostrar capaz de algo? No livro, quem exerce a justiça e assume o comando desta mesmo, é o ser que se apresenta com maior poder sobre um outro, uma maior grandeza. E esta ideia de justiça é-nos demonstrada pelo gato e pelo rato, quando o gato tenta comer o rato apenas porque tem um maior tamanho. Mostra-nos a prepotência que pode existir por trás de uma ideia de justiça, que, por vezes, aquilo a que nós chamamos de justiça nos remete para uma ideia de que e esta não existe e, se existir, não é aplicada de acordo com determinados padrões que se mostram ser essenciais.
A justiça ou injustiça, está também presente no julgamento do Valete quando a rainha o acusa sem ter qualquer prova, ou qualquer fundamento concreto. As provas que parecem neste julgamento, comprovam apenas que o Valete está totalmente inocente relativamente ao roubo das tartes. E, a rainha, mesmo com todas as provas bem visíveis aos seus olhos, insiste que foi o Valete quem as roubou. A rainha tem o total direito de julgar, porque está acima de todos, mas deveria saber como o fazer, e agir segundo a conduta da justiça e não apenas por puro egoísmo. A rainha decide acusar o Valete sem quaisquer provas, apenas garantindo aquilo que se chama o seu “bem-estar pessoal”. Esta, mesmo sem qualquer argumento, acusa um inocente de um crime que não fora cometido por este? E será que o Mundo real é assim tão diferente? A rainha tem o poder e usufruí deste sem qualquer explicação, simplesmente porque é isso que a faz sentir bem consigo própria. Alice fica indignada com este julgamento mal constituído da rainha e revolta-se. Apesar de pequena, Alice já tem uma noção das atitudes que se devem tomar perante situações que surgem e sabe como agir de acordo com os padrões, ao contrário da rainha, que toma uma posição extremamente egoísta e injusta. Na minha opinião, estas são as duas passagens mais significativas quando se retrata a justiça e a influência que esta pode ter. A justiça é importantíssima, mesma que não justa. Esta, serve para uma melhor organização da sociedade, e foi imposta para uma igualdade entre todos os cidadãos. Mesmo que, por vezes, estes não sejam tratados de forma igual e não tenham os mesmos direitos. E é essa a ideia que aproxima um livro totalmente fictício de um mundo real, a justiça é feita em função do poder com que cada um pode contar.

Marta Barata

Tese 'Alice no País das Maravilhas'

Neste livro de “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll tudo se passa numa dimensão entre o mundo real e o mundo da fantasia, onde os animais falam e têm atitudes humanas. O fantástico parece ser a regra geral deste mundo sem regras.
Alice é uma criança a entrar na fase da adolescência, tendo ainda pensamentos infantis mas tentando fazer grandes actos mostrando que é capaz. Podemos observar um exemplo destes actos na página 11 em que Alice pronuncia as palavras ‘longitude e latitude’ para demonstrar que é crescida, mesmo não sabendo o significado destas palavras. Assim o livro aborda as dúvidas de qualquer jovem na sua adolescência, as perguntas: “quem sou eu?” ; “como sou eu?” e “o que sou eu?”.
Todos já nos deparámos com estas perguntas em várias etapas da nossa vida, tentando sempre encontrar a melhor resposta para nós e o mundo que nos rodeia. Ao longo do livro Alice tenta encontrar as respostas para estas perguntas, não tendo as respostas pretendidas. Alice depara-se também com várias mudanças físicas a que podemos associar às mudanças da sua auto-estima, crescendo e diminuído conforme esta.
Alice, embora esteja num mundo de fantasia, controlada por uma entidade mistério, continua pertencendo ao mundo real, tendo assim pensamentos de acordo com o mesmo. Assim todas as regras impostas neste mundo, parecem-lhe absurdas e não tendo qualquer sentido. Alice depara-se muitas vezes revoltada com os acontecimentos neste mundo, tentando controla-los mas desistindo muitas vezes.

Alice revolta-se muito com a justiça neste mundo.O sentido de justiça parece estar desconcertado neste mundo. Se cada um de nós for ver no dicionário o significado da palavra justiça encontrará certamente: “ conformidade com o direito; poder judicial; equidade”, mas no País das Maravilha este conceito parece estar trocado. No País das Maravilha o poder e a justiça pertencem na sua totalidade á rainha. Tendo esta o poder de mandar matar ou prender todo a criatura que pretender não precisando de algo que comprove os seus actos enquanto culpado. Alice ao deparar-se com esta justiça revolta-se por ir contra todo o significado da palavra. A justiça neste momento reside na lei do mais forte, em que a criatura com mais poder acaba por vencer a de menor poder não tendo de existe alguma prova. Pelo contrário, na nossa realidade, haver acusação pressupõe-se haver provas contra determinada pessoa ou situação. Perante um país assim tão fantástico mas sem justiça deparamo-nos com a questão de que até que ponto existe justiça na nossa realidade. 
A nossa realidade não se afasta assim tanto deste mundo extraordinário, na nossa realidade também o mais forte exerce o poder do mais forte sobre o poder do mais fraco. Na nossa realidade também a justiça parece ter perdido o seu sentido nos dias que correm. E cada vez mais somos testemunhas da falta de justiça e das consequências dessa falta. Assim o País das Maravilhas é um mundo desconcertado, regido por uma fantasia mas não tão afastado da nossa realidade como pensamos. Alice, em todo este livro, é só mais uma rapariga em busca das respostas para todas as suas perguntas e tudo oq eu se passa á sua volta como um adolescente.
Concluindo, este livro descreve a adolescência de uma rapariga, as suas maiores dúvidas e as suas mudanças e como tudo muda ao seu redor.

Dissertação Sobre Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll

O inicio do conto retrata uma rapariga de nome Alice que está no jardim a ter uma lição de Literatura com a sua irmã. Subitamente Alice adormece e começa sonhar, imaginando diversas coisas e personagens inexistentes na vida real as quais têm significados subentendidos. Alice no País das Maravilhas também pode ser entendido como um conto que retrata a vida de uma adolescente na sua fase de transição de criança para adulto, indicando certos valores morais ao longo da história.
Uma das ideias que este conto pretende transmitir, é a ideia de justiça. O conceito de justiça pode-se considerar como relativo, pelo facto de uma situação poder ser considerada justa para uns e injusta para outros. Ora, é isso mesmo que acontece neste conto. É no capítulo III no qual o Rato conta uma história a Alice pretendendo demonstrar-lhe a razão pela qual não gostava de cães. Nesta história o Rato relata que um dia, quando Fúria (uma cadela) o encontrou no quintal acusou-o de injúria capital e como deveria ser castigado, sendo julgado no Tribunal. Entretanto, o Rato repara que não havia nem juiz, nem jurado para resolver este caso e Fúria não tardou a apresentar-se como juiz e jurada. Num caso normal, tal nunca poderia acontecer, pois seria considerado injusto. No entanto, no País das Maravilhas foi aceite. Aqui se pode observar um dos casos onde a ideia de justiça é diferente, pois sob o meu ponto de vista esta situação em que a cadela colocou o Rato é totalmente injusta, enquanto que no País das Maravilhas já é considerado justo.
Outra situação onde se pode verificar a diferença entre a justiça no real e no País das Maravilhas é no capítulo XI onde o Valete é acusado pela Rainha de roubar as suas tartes injustamente, pois na verdade, ele não tinha cometido tal acção. Mesmo assim, o Valete foi a Tribunal apesar de não existirem quaisquer provas ou testemunhas.
E não só estas duas situações, mas também o facto de sempre que alguém errava ou fazia algo contrariando o que a Rainha queria e dizia, era imediatamente mandado decapitar.
Podemos então verificar, que nas situações não há qualquer sentido de justiça. A justiça deve respeitar certas leis as quais estão estipuladas numa Constituição. No entanto, no País das Maravilhas, não há esse tipo de Justiça.

As diversas diminuições e aumento de tamanho de Alice representam a entrada de Alice na adolescência o que leva a uma instabilidade emocional.
No primeiro capítulo Alice diminui quase até desaparecer o que fez com que se sentisse insignificante. Mais tarde apesar de aumentar de tamanho ainda não se sente satisfeita pois entende que, à medida que se cresce existem mais responsabilidades. No entanto, já no final do conto, Alice cresce bastante (nomeadamente no capítulo do julgamento), sentindo-se mais confiante devido às experiências vividas ao longo do conto.
No capítulo onde o pescoço de Alice cresce, a sua capacidade de observação torna-se mais ampla. A mudança de criança para adolescente, traz também uma nova visão sobre a vida, uma nova maneira de pensar e de agir.
Alice depara-se então com uma constante mudança de tamanho, o que representa o seu crescimento, fazendo-a entender juntamente com outras situações que ocorrem ao longo do conto que já não é mais uma criança, mas sim uma adolescente.

Alice também é submetida a questões sobre quem é, como por exemplo podemos observar no capítulo X, onde a Lagarta começa a fazer perguntas a Alice sobre a sua identidade, fazendo Alice duvidar de si mesma ficando num estado confuso típico da adolescência. Podemos então dizer que Alice se deparou com uma crise de identidade, pois com tantas mudanças (tanto físicas como psicológicas), começa a ter dúvidas acerca daquilo que é e acerca de quem é. É também na adolescência que muita gente se depara com este tipo de situações.

Podemos concluir então que isto não é só uma história para crianças, antes pelo contrário. É uma questão sobre o que é a realidade, onde Alice deixa o seu confortável mundo e vai para um mundo onde vai para a imaginação e a fantasia, embora sendo essencialmente uma história sobre as mudanças da adolescência bem como as crises emocionais e de identidade.

A ideia da justiça “Alice no pais das maravilhas”


 A ideia da justiça “Alice no pais das maravilhas”
 A obra de Alice no pais das maravilhas foi escrita por Lewis Caroll
O País das Maravilhas aonde Alice vive um sonho, num mundo marcado pelas incertezas e pela falta de razão. O País das Maravilhas, é como o nosso, também é dividido em classes. Há animais e outros seres que representam a diferentes classes.
Pelo que percebi da obra, possibilita comunicação entre a multiplicidade de interpretações e compatíveis do País das Maravilhas como um mundo particular e especial da criança em desenvolvimento, que se vê ingressando na agitada adolescência. As súbitas diminuições e aumentos do tamanho de Alice representam a instabilidade emocional própria da adolescente, além da dificuldade deste se situar no novo estágio psicológico. São perceptíveis os problemas psicológicos de identidade e questionamentos existenciais pelos quais Alice passa, tentando apreender e assimilar o novo mundo que se descobre. Afinal, a entrada na adolescência vem acompanhada da compreensão ou de coisas desinteressantes para a infância, além de uma visão mais racional e madura acerca da confusa e aparentemente incoerente realidade. Há também vários momentos de Alice em que ela questiona-se e questiona os outros sobre vários pontos, principalmente de quem ela realmente é.
O ponto que eu vou referir na minha reflexão é a ideia de justiça, foi o tema que mais me suscitou interesse.
A ideia de justiça na minha opinião centra-se mais no terceiro capítulo neste poema:

Disse a Fúria
..ao rato, que
....encontrou no
......quintal: Vamos
........ao tribunal para
..........te condenar por
............injúria capital.
..........Não podes
........negar, temos
.....de te julgar
....porque a manhã
..é bela, e tenho
muito vagar.
..Disse o rato
....pr'á cadela:
......Nenhum auto
........resultaria
..........de tanta
............balela;
..............sem jurado
............nem juiz,
..........de nada te
........serviria.
......Serei juiz
....e jurada,
..disse a
Fúria en-
..diabrada,
....pois era
......ideia dela
........comê-lo
..........de cabi-
........dela ou
......senão
....cal-
..deira-
da.

Este poema retrata o motivo pelo qual o rato não gosta de cães nem de gatos.
Fúria encontra o rato no quintal e diz-lhe que o tem de levar a tribunal, com a acusação de injúria capital, o Rato não concorda pois sem juízes e jurados seria a azáfama total e não haveria justiça.
A justiça que esta presente nesta passagem do texto, é muito escassa, tem muitas imparcialidades. Pois não há justiça num tribunal quando o juiz era um dos “arguidos” decidindo a seu favor, e comeria o rato com cabidela ou senão de caldeirada, sendo bastante injusto para o rato a atitude de Fúria. Esta era a ideia de justiça para Fúria, mas como é óbvio não era a ideia de justiça para o rato. A ideia de justiça muda sempre de pessoa para pessoa, pois cada pessoa tem a sua ideia mediante a sua conveniência.
O “Pais das maravilhas” na era um pais de justiça em relação ao mundo real, pois no mundo real a justiça é igual para todos, as leis são iguais para todos. Mas todos nos pensamos sempre que o mundo é feito de imensas injustiças.
Mas na minha opinião pouca coisa é justa, pois sendo o nos mundo real mais justo que o pais das maravilhas, não chega a ser justo para todos nós.
Uma ideia de justiça, é uma ideia vaga, não da para agradar todos, somos todos diferentes, o que agrada uns não agrada outros, ou seja, justo para alguns, injusto para outros.
Por exemplo a minha ideia de justiça é o que traz de algum modo a igualdade para todos, as coisas não serem feitas a pensar numa ou duas pessoas mas sim em todas.
Podemos concluir então que o conceito de justiça e relativo pois pode variar de pessoa para pessoa consoante a situação como podem verificar neste conto de Alice no País das Maravilhas, onde algumas coisas injustas na realidade são justas no conto.