O sistema democrático foi então criado de forma a garantir a total liberdade na escolha dos representantes no parlamento, por parte dos cidadãos.
Será que a democracia está garantida apenas
pelo acto de votar? Não. No acto de votar, o povo (os cidadãos) elege o representante
de acordo com as suas escolhas e interesses, mas, eleger determinado representante,
não garante que este posteriormente aja de acordo com o que garantiu aos
cidadãos, no seu programa eleitoral. Sendo assim, é possível que determinado
representante tenha em vista determinadas medidas, medidas essas que à partida
agradam ao povo, mas, no entanto, assim que o representante é eleito, pode quebrar
o elo que o liga ao povo, deixando de ter legitimidade democrática para exercer
a função para a qual foi eleito, se não cumprir as medidas que “prometeu” ou disse
cumprir, daí que o exercício da democracia não se resuma apenas ao acto de
votar, e seja uma acto constante.
Esse não cumprimento gera indignação,
protestos e manifestações. Será que é isto que põe a democracia em causa? Não,
isto é o exercício da democracia no seu todo, isto é, a participação activa dos
cidadãos na actividade política do país.
A democracia apenas poderá estar em risco,
quando há quebra de confiança por parte dos eleitores nos governos, o que pode
levar à falta de legitimidade de quem governa para exercer a função.
Assim, para uma democracia saudável, os
eleitos devem cumprir o mais possível o que prometeram, e os eleitores, os
cidadãos, devem intervir na sociedade, defendendo a democracia, não apenas no
solitário acto de votar.
Inês Ameixa nº14
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