segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Lusíadas - Episódio de Leonardo e o Simbolismo do Casamento



O episódio de Leonardo, situado nas estrofes 74 à 85 do canto IX, revela que esta personagem é um fatídico desaventurado na conquista do amor. Camões descreve-o como um eterno “dano colateral”, com a seguinte passagem:

A quem o amor não dera um só desgosto,
Mas sempre fora dele mal tratado.”
No entanto, Leonardo, é um claro exemplo de perseverança e determinação amorosa. Pois apesar da ingratidão que este sentimento lhe reserva parte para ele sem fraquejar, sem hesitar e esperançoso de que mude a sua história e o seu fado. De certo modo posso relacionar com o povo português, a sua atitude perante a adversidade é notória e característica dos portugueses.
Mas o que este episódio tem de tão especial, é que após a chegada dos portugueses à ilha dos amores e o início da “caça”, Leonardo, investe as suas energias a perseguir uma ninfa, quando as forças lhe falham e é impedido de prosseguir com a “caça”, e nesse momento implora que a ninfa não fuja, mas antes, que venha a seu encontro. No entanto, Vénus convence-a a satisfazer o seu desejo de modo a mudar a sua sina. De facto mudou a sua sina, e provou a sua perseverança.

Lusíadas e o Valor Simbólico do Casamento.

Para quem talvez não tenha dado por isso, eu sou cristão, não católico é certo. Mas sou cristão convicto. Embora tenha sido criado com todo o fanatismo que a minha avó tipicamente açoriana e geração ante 25 de Abril, posso dizer que não saí aos meus e degenerei, felizmente ou infelizmente já são outras histórias. Apenas sei o que casamento, perdeu a sua integridade. Seja por a sociedade ocidental e cristã tenha encarado este fenómeno como um meio de acordos diplomáticos, acordos financeiros ou simplesmente para aqueles que não tinham ambas as necessidades referidas, simplesmente deviam estar casadas, porque deviam estar casadas. E durante longos séculos foi esta a justificação.
No entanto, acredito, porque é isso que maioritariamente faço, acreditar nada mais. O casamento é a mais bela instituição social que se apresenta nos nossos dias. È tomar o mundo com toda a simplicidade e pureza e aceitar outra pessoa na nossa vida. Mais do que isso, é apresenta-la perante todos os restantes humanos no mundo, o simbolismo que o casamento dá aos indivíduos é quase uma outra identidade. È dizer que acabou o “eu” e começa o “nós”, (parece foleiro e um autêntico cliché), mas assim é o casamento. Continuo a acreditar, mais uma vez, que casar não é um dever social é um privilégio. Há quem o tome como um contracto, direi que esse é o primeiro passo para falhar, a não ser que a sua cara-metade também seja da mesma opinião, então têm tudo para vingar.
Porque acusais o insucesso do casamento um factor da sua extinção. A verdade é que por cada 100 divórcios que apresentarem, bastará para mim ver: um fiel e integro exemplo de casamento longo e árduo mas feliz e puro, para que vos seja oferecida uma nova prespectiva.

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