Depois da Deusa Vénus acalmar os
ventos com as suas belas ninfas atraindo-os com palavras de amor, a
tempestade termina, permitindo aos portugueses chegarem finalmente a Calecute.
No fim do canto VI, após Vasco da Gama ter agradecido a deusa dos
portugueses por mais uma vez os ter protegido, Camões termina este canto com as
suas reflexões sobre o valor dos sacrifícios que fazem alcançar a fama. Na
estrofe 96 deste canto Camões afirma que até os de espírito mais nobre se podem
deixar corromper pelos prazeres momentâneos que aqueles que se deixarem
amolecer podem perder a sua vicissitude. Na estrofe 97, Camões afirma que é pelo
trabalho afincado que se pude alcançar a honra e só é digno dessa honra quem
primeiro sofrer. Esta honra não se alcança através da herança de antepassados,
mas sim com sofrimento, só assim aquele que passou por isto e foi movido pela
virtude, passará para um patamar superior não porque o deseja, mas
porque actua de determinada maneira. Assim os conceito de mérito, recompensa e
honestidade estão presentes nas reflexões do poeta, pois Camões prefere aqueles
que se movem pela capacidade de luta e sofrimento, alcançando a eternidade pelo
seu valor e feitos.
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