O retrato de Dorian Gray
Este livro decorre ( sim, porque aqui nada nem ninguem se passa, apenas ocasionalmente ) no século XIX, numa Inglaterra conservadora, com uma sociedade apreciadora de arte, mas em que por trás de um aparente retrato de famílias normais, os homens tinham casos ou acções homosexuais. A acção centra-se na personagem de Dorian Gray, um jovem físicamente perfeito, que tem como amigo um pintor de nome Basil Hallward, que o pinta múltiplas vezes. Toda a vida de Dorian Gray muda quando Lord Henry, um amigo de Basil, lhe incute ideias revolucionárias e lhe arranja um livro de um filósofo francês, salvo erro. Mas Basil faz uma pintura perfeita de Dorian, e este, ao perceber que iria perder a sua juventude e beleza, roga "aos céus", e pede para trocar a sua alma pela juventude eterna, enquanto que o quadro envelheceria. No decorrer da história, Dorian apaixona-se, enlouquece, mergulha numa vida de pecado. O clímax é atingido quando Dorian mata Basil, depois de lhe mostrar a pintura, velha e enrugada por uma vida pecaminosa. Dorian depois tenta acabar o seu sofrimento ao esfaquear a pintura, mas ao fazer isto acaba por morrer, ao lado de uma incólume e jovem pintura. Este agora assume a postura de um velho enrugado, morto e danificado por uma vida de pecado. (até rima)
Uma das perguntas centrais desta obra é nos transmitida por uma das citações iniciais: " Não existem livros imorais, apenas livros mal escritos." Concordo com isto. Este livro pode ser ser considerado imoral, pela maneira como aborda certos temas, mas apenas por quem não sabe reconhecer a maneira como este livro aborda os temas pode chamá-lo imoral. Mas não o é.
Finalmente, a minha ideia conclusiva é que Dorian Gray é como a futura terceira idade. Vemos hoje mulheres e homens a submeterem se a cirurgias. Mas o que é que estas vão fazer com o seu corpo depois de este estar envelhecido e enrugado? Vamos ver aí velhas com grandes prateleiras e velhos sempre excitados. Dorian Gray, já velho, continuava jovem, e isso suscitou-lhe dúvidas e tudo isto junto, leva ao final. À morte confusa de alguém confuso.
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