E não é que a minha mãe e a minha irmã tinham razão? O livro cativou-me pela maneira como abordava o lado real da vida e o espiritual em perfeita convivência, pelas personagens que acompanhava, pelos temas que incluía como ditaduras, a evolução do amor pelo tempo, e por muitos outros factores.
Na minha apresentação já expliquei o contexto geral do livro, mas aqui deixo um link de um resumo muito resumido para os interessados. http://www.infopedia.pt/$a-casa-dos-espiritos
Seria impossível explicar todo o livro pois o mesmo acompanha a vida de três gerações da mesma família, (coisa que não se explica numa entrada de um blog e muito menos numa apresentação de 10 minutos), por isso decidi escolher apenas uma personagem sobre a qual vou divagar um pouco.
Seria impossível explicar todo o livro pois o mesmo acompanha a vida de três gerações da mesma família, (coisa que não se explica numa entrada de um blog e muito menos numa apresentação de 10 minutos), por isso decidi escolher apenas uma personagem sobre a qual vou divagar um pouco.
Clara a clarividente. Era uma pessoa sábia desde uma tenra idade, conhecia o valor do silêncio e vivia num mundo diferente no qual alternava entre o carácter espiritual e real. Clara nunca foi uma dona-de-casa exemplar, ela era diferente, cativante, lutava pelo que queria e emanava paz e luz no entanto dá-va sempre uma aparência apagada, ela nunca estava totalmente num sítio, quer fosse no seu casamento com Esteban quer quando deambulava pelos corredores sozinha. Apenas se sentia completa no seu mundo, com as suas premonições, levitações e hóspedes.
Tinha uma aparência diferente, serena, contida, elegante. Numa elegância que como disse emanava paz. Com os seus caracóis e com o seu andar saltitante cativava o olhar de simples desconhecidos. Era impossível ser-lhe indiferente.
A personagem de Clara destacava-se de todas as outras pois enquanto as outras personagens usavam a força ou o discurso, Clara expressava-se pelo silêncio, enquanto os outros achavam que o mundo era um vale de lágrimas ela via-o como um mar de rosas...
A personagem de Clara destacava-se de todas as outras pois enquanto as outras personagens usavam a força ou o discurso, Clara expressava-se pelo silêncio, enquanto os outros achavam que o mundo era um vale de lágrimas ela via-o como um mar de rosas...
Quando morreu a casa da família Trueba apagou-se, as flores murcharam, e finalmente a família acolheu o silêncio. Era esse o poder de Clara, acalmar todos a sua volta às vezes sem o tentar, a sua presença amenizava tudo e todos.
O que consegui recolher depois da sua morte foi que ela era a prova viva que o amor pelas pessoas nunca se perde apenas se transforma, nem depois da passagem do nosso mundo para o que vem depois.
Gosto de pensar que o seu espírito livre se encontrava a deambular algures noutra dimensão após a sua morte. Finalmente completo e finalmente presente.
Não posso dizer que me identifiquei com Clara pois existe uma grande diferença entre nós enquanto ela cala eu não consinto. No entanto isso não faz com que eu deixe de apreciar todas as camadas e acções dessa personagem.
Não posso dizer que me identifiquei com Clara pois existe uma grande diferença entre nós enquanto ela cala eu não consinto. No entanto isso não faz com que eu deixe de apreciar todas as camadas e acções dessa personagem.
O livro em si dá uma grande importância ao contexto histórico e à vida real com algumas pitadas de amor e de espiritualidade à mistura.
Aconselho-vos a ler o livro, é diferente e se gostam de lutas pela justiça social, histórias um pouco sobrenaturais e de personagens com força de vontade este é o vosso livro. Pelo menos... foi o meu.
Sem comentários:
Enviar um comentário