segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

“As Vinhas da Ira” – Análise e crítica


“As Vinhas da Ira”, eis um livro que vale a pena ler, toda a história está centrada numa família modesta e muito humilde do Oklahoma, (região rural situada no interior dos EUA). Todo o enredo desenrola-se no desespero dessa família que vê uma imensa crise tomar de assalto o pouco que tinham, assim decidem partir em direcção à prosperidade do oeste (Califórnia).
Todo o processo de decisão e da viagem longa e sofrida pressupõe os princípios mais primordiais e também complexos da natureza, são eles: mudança e sobrevivência.
Na natureza, nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma. Na vida se existe algo constante é a mudança, mudamos de feitio, costumes, modas, dieta etc. É a lei essencial da vida, para haver subsistência é necessária a mudança, ou seja, adaptação são princípios que Darwin afirma tão confortavelmente, verdade é que todos nós somos testemunhas desta evidência.
A parte que mais me toca é quando eles abandonam quase desprevenidos a sua casa, em troca de algo incerto e a narrativa empregue faz me lembrar de quando o meu avô me sentou ou no seu lado e contou durante horas a fio toda a história da sua vida, e lembro-me particularmente quando ele afirmou que abandonou a sua terra natal em troca de algo melhor, algo incerto, porque as certezas que até lá tinha eram de miséria e de uma existência pouco ideal, tal como a família que faz parte desta incrível história tão icónica da sociedade americana, que até foi produzido um filme em 1940.
Pena, na nossa sociedade não se atribuir o devido valor desta mudança, pena não haver uma obra literária equivalente a esta. Pois não só aprenderíamos a dar valor à coragem e determinação inspirada pelo medo da miséria e fome, assim como absorvíamos parte da herança cultural que até hoje tem sido ignorada pela maioria de vós. Não olhais a meios para obter algo, e não vos preocupais inclusive a tomar um plano para lá chegar, apenas o desejo que vos tomou cega de tão bruta e rude maneira que nada interessa, nos dias que nós passamos creio que é importante escutar os que mais sabem, mais sentiram para que seja possível obter o nosso pedaço do paraíso do modo mais virtuoso possível é isto que o livro me fala com um tom incrivelmente familiar e sábio. E esse tom, fala-me de vida, mudança, desgraça, fortuna, experiência e sobretudo evolução.
Enquanto pessoa, posso afirmar que este livro fez-me crescer.

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