terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Diferença Das Sociedades Reside Na Participação Activa da Cidadania

“A Diferença Das Sociedades Reside Na Participação Activa da Cidadania”. Eis algo interessante e ocorrente. Um tema que propõe no fundo uma comparação com sociedades mais prestigiadas que a nossa, mas com a intenção de proporcionar uma introspecção e não causar rivalidades, até porque no fundo tenho receio de não conter, na minha humilde competência e sabedoria, os argumentos necessários a tomar uma posição favorável à minha pátria de modo a defender tal causa com ilustre participação.
Apareceu-me com um tom de cumplicidade, exactamente como um desafio insuperável. Contudo nada me dá mais prazer do que derrubar barreiras e desafios “mesquinhos”, como este. Nada mais me intriga que a existência de um povo de contradições e feitios complicados. Eu faço parte desta sociedade … irreal. Mas esta sociedade é irreal porque contem indivíduos que têm comportamentos sociais que são dignos de exemplos … a não seguir.
Portugal, jardim de flores à beira mar plantado. Portugal, onde a terra acaba e o mar começa. Tanta poesia rodeia o nosso país, uma nação que tem uma epopeia de aventuras sobre humanas. Meros mortais que conquistaram correntes, ventos e forças imbatíveis. Homens que marcaram a viragem da humanidade e que deram-lhe rumo a porto seguro.
Medíocres! Chamam-lhes, pois. Sortudos, nada mais que mendigos que deram com a boa fortuna por mero acaso. Meus compatriotas, nada disso. Aos estrangeiros que não compreendem apenas digo “Deixai a inveja falar, pois ela cega-vos e guiar-vos-á ao precipício da bruta ignorância”.
Tantos aventureiros que viram gentes morrer e abandonadas ao desespero. Mas tantos outros intelectuais que aqui passaram, que mudaram o mundo para melhor com algo fresco e sempre surpreendente que ditaram o rumo para porto seguro. Mas onde pára esse porto seguro? Esta pergunta perdura mais de 500 anos sem resposta à altura.
Tão pequeno país de gente vibrante onde está essa inovação. Esse espírito inovador, de que tanto vos orgulhais? Onde estão os grandes heróis? Onde estão os descobridores dos nossos dias? Eu sei que eles aqui estão, todos eles. Porque todos nós somos descobridores, todos nos somos heróis, todos nós fazemos a diferença, apenas não fazemos por tal.
Esperar que “alguém” faça a dita diferença, é muito mais simples e confortável!
Esperemos que alguém resolva a crise, a economia mundial, os problemas sociais, os problemas na educação, na saúde, nos transportes etc. Mas esse nem é o problema no seu mais terrível modo. O problema, mesmo, é que todos pensamos assim. Todos esperam que alguém faça algo. O que naturalmente provoca um jogo do empurra em enorme escala. Eu não faço porque alguém o fará e essa pessoa espera que outro o fará e por aí fora, não é verdade? Ora, assim nada se faz porque estamos impedidos de o fazer ou impedimo-nos propositadamente, esperando pelo ”regresso de D. Sebastião”?

A isto, se chama desleixo, passividade, ignorância é basicamente uma mentalidade retrógrada! Apenas uma sociedade como esta entra em decadência repetitivamente. Por exemplo, as sociedades nórdicas são exemplares, pelos cidadãos que contêm! Ai está o segredo da sociedade. Eis um pequeno retrato pintado á pressão da nossa maravilhosa sociedade.
Acusar um sujeito, que pertença a quadros administrativos do Estado, por colocar alguém que lhe é próximo, num cargo de alta relevância por apenas ser-lhe próximo e não merecer o cargo por mérito. É para nós um escândalo total, uma heresia, digna da capa do jornal do dia seguinte senão no exacto diário coscuvilheiro, não concordais?
 Não estou a defender esse tipo de práticas, ora observai com afinco.
Um director de uma escola, que coloca um aluno numa dita turma sem o tal “mérito”, mas porque baseia o seu critério de admissão no facto desse aluno ser filho de indivíduo A ou B que é-lhe próximo. Sinceramente, não exactamente o mesmo caso o caso anteriormente referido? Aliás, no fundo é exactamente a mesma coisa, mas em diferentes escalas. Na situação do director será tudo visto como um caso digno, pois zelou pela criança e o seu pai/mãe que era seu (sua) conhecido(a). Seja lhe entregue mil louvores e um lugar no céu para tal santo que beneficia esta sociedade com o seu caso. Quanto ao administrador público, à “heresia”, é perseguido pelos meios de divulgação sociais. Difamado na praça pública será para sempre condenado ao “inferno”.
Numa situação extraordinária, ambos os casos seriam punidos, mas não.
 No incrível revés do director. Que se calhar é um sujeito que persegue e faz todo o tipo de juízos negativos e injustos contra o administrador do Estado. Aos olhos de um cidadão exemplar, deixa de ser um director. Antes mais será um indivíduo sem coerência e possuidor de um dom para ser hipócrita. Condene-se o administrador do Estado! Á fogueira! Deviam haver leis contra este tipo de situações, gritais vós (provavelmente). Quanto ao director escolar, promovam-no! Pois é um herói salvou o aluno de um ensino fraco e débil, leis? Leis, não se aplicam a casos destes, à nossa justiça popular.
Sem que pareça, de algum modo generalista, acho que acabo de pensar como 70% dos portugueses, que nos abençoam com os seus feitos e presença.

A estrutura social começa no cidadão (individuo) em si, pois a sociedade é um conjunto de cidadãos que envolve as suas actividades, noções de cultura e arte e toda uma série de personalizações carismáticas em inúmeras áreas que desenvolvem uma personalidade que marca e dita essa ligação de sujeitos.
Identidade; é algo que se define. Infelizmente, somos definidos, pela sociedade que é pouco eficiente no seu trabalho, pouco cívica e sobretudo totalmente desadequada. Transpondo tudo isto com o que anteriormente referi, chega-se facilmente à conclusão (em excepção os têm a mente formatada, ou simplesmente não querem ver a raiz do problema), de que a maioria dos portugueses, não é trabalhadora, não é cívica e é totalmente desadequada.
Tristeza e empatia, por aqueles que tentam fazer isto desaparecer e melhorar, mas que por cada um justo temo que possam existir dez pecadores. Não haja melhor situação para empregar um pouco de sabedoria popular, “paga o justo pelo pecador”.
Que é feito do povo que descobriu o mundo? Agora, fica conformado com médias incompetentes e portanto demagogos, com novelas, autênticas epopeias de desgraças e males alheios, com reality shows que realmente só sobressaem a falta de cultura, formação, civismo, sentido ético e também moral das gerações actuais e vindouras, que tal como os seus ascendentes são pessoas conformadas e formatadas por um cubo que imite imagens e sons.
Culpabilizar as médias pelas situações actuais? De modo, algum! Só são a “ponta do iceberg”.
Que tal, referir a medíocre classe politica que governa Portugal desde o 25 de Abril, que nos levou à bancarrota 3 vezes (1977, 1983 e 2010). Como será possível viver numa sociedade democrática que cai no mesmo erro 3 vezes num espaço tão curto?
Não existe sociedade que não seja, conhecida pelos seus fracassos. Quanto ao sucesso já não se aplica, o ser humano é extremamente mórbido e prefere auto-flagelar-se relembrando os seus constantes fracassos, talvez por isso Portugal não seja uma nação melhor.
Talvez por passar todo o tempo cabisbaixo que não somos capazes de olhar para a frente, para o novo, para o futuro, o fresco e possível. Quando olhamos, é só por breves momentos, para apenas exclamar em triste melodia, “Para quê? É só mais uma desgraça a caminho!”.
Eis, a essência do problema! A falta de criatividade, de sentido de oportunidade, até mesmo o desperdício de uma oportunidade perfeita para encarar algo com coragem e positivismo como outrora nos tempos dos nossos antepassados. Onde está a garra, que construiu o império ultramarino mais longo da história? Onde está a atitude exemplar, o comportamento heróico e extraordinário, competente e até de orgulho?
Não está em nós, está nos “outros”. Assim como, poderemos avançar e sair desta calamidade? Se em nós mesmos não começa a mudança? Como podemos acusar o próximo de não cumprir regras básicas se nós mesmos, desdenhamos e profanamos qualquer tipo de código de honra e ética que mantém este país minimamente administrado? Como podemos deixar todo o tipo de decência, trabalhos forçosos e tudo o que exige o mínimo de esforço e sacrifício aos “outros”? “Quem nunca pecou, atire a primeira pedra”.
Esqueceis, que esses outros somos nós. As mudanças que queremos ver não serão feitas até interiorizarmos que temos de as encarnar.
“Sê a mudança que queres ver no mundo” – M. K. Gandhi
Até nos tornarmos trabalhadores, cidadãos responsáveis, cultos, bem educados exemplares, só depois poderão ser feitos juízos sobre os outros e não ao contrário, como tem acontecido todos estes anos. A isso se chama responsabilidade. Para a sociedade portuguesa, é uma palavra com falta de uso, como um livro cheio de pó, escondido por detrás da estante. Enquanto não houver responsabilidade, trabalho e mérito. Jamais haverá uma sociedade evoluída, educada, preparada para futuro, democraticamente sã e economicamente rica e interessante. 
Os defeitos são tantos, os erros enormes, as mentiras estão por todo o lado. Não observem a crise como uma desgraça apenas, vejam como uma oportunidade. Porque é na crise que sobressai o melhor. As grandes mudanças de mentalidade de toda a Humanidade surgiram das crises e das adversidades. Neste tempo, o nosso tempo, da nossa geração, se joga todo o futuro. Mudem, mudem com a crise, mudem e causem mudança, não deixem aos “outros”. Não olhem, cabisbaixos, para esta oportunidade disfarçada como mais uma desgraça a caminho. Aliás quanto a esses deveis, insulta-los e expulsa-los de todo o tipo de consideração. Porque medíocres desse género, não merecem considerações de qualquer género.
Se acabaram de ler todo este palavreado, para dizer que tenho razão, ou não, tendes todo o direito de tomar uma posição contrária ao meu ponto de vista, mas o importante é que não permaneceis do mesmo modo como estáveis antes de ler isto. Tomai iniciativas, posições, deveis discutir isto como os vossos amigos, familiares e desconhecidos.
 Mas o importante é não ficar indiferente a tudo o que acabei de referir. Sejam mudança, tornem-se originais e eficientes. Pois ficar na mesma e descarregar isto sobre os outros é exactamente o que tem sido feito em todos estes anos. Esta é a minha mensagem, a minha oração para um Portugal melhor.


Sem comentários:

Enviar um comentário