sábado, 8 de outubro de 2011

Texto argumentativo

Desde há muitos anos é debatida a questão acerca da legalização da “Cannabis” , e dos seus prós e contras. Decidi, porém, fazer um estudo atento, tentando encontrar nexo na legalização de substâncias talvez mais prejudiciais para a saúde humana: como são exemplo o tabaco e o álcool e na proibição desta mesma.
A “Cannabis” é um género botânico de algumas plantas da qual se produz o haxixe que é utilizado como uma droga psicoactiva, que tanto pode ser fumado ou ingerido. A sua proibição está escondida atrás de um preconceito atroz por parte das altas elites perante os imigrantes e os escravos. Factos históricos comprovados, revelam que, no início do século XX, nos Estados Unidos da América, imigrantes mexicanos e escravos recém-libertados fumavam haxixe. O preconceito das elites relativamente aos de “raça inferior” levou a um esforço bem sucedido para marginalizar a droga consumida por estes e proíbi-la. Este feito por parte da “raça superior” levou centenas de imigrantes à prisão e retirou-os das ruas, principal objectivo do movimento. Podemos retirar como conclusão da história relativa à proibição da “Cannabis” que não existem argumentos fiáveis e lógica, não existiam estudos que comprovassem problemas de saúde, simplesmente uma necessidade de afirmação e controlo social por parte das grandes elites. Necessidade essa que foi totalmente abraçada por uma sociedade hipócrita e preconceituosa que se manteve até aos dias de hoje.
A sociedade em que vivemos consome diariamente drogas que são comercializadas livremente, como é o caso do tabaco e do álcool. Estas drogas legais são, por vezes, símbolos de sofisticação e de status, existindo ainda propagandas que incentivam ao consumo destas mesmas. Que Mundo é este que nos incentiva e nos leva a um degredo a nível da nossa saúde?
Quando comparamos estas drogas à “Cannabis” podemos encontrar argumentos que invalidam a lógica da proibição desta mesma. Estudos recentes comprovaram que, fumar “Cannabis”, não afecta a condução, podendo torná-la apenas um pouco mais lenta. No entanto, pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, concluíram que, cerca de 75% dos acidentes de trânsito com vítimas mortais têm como causa o consumo elevado de álcool. Uma vantagem muito relevante do consumo de “Cannabis” relativamente ao de álcool.
Recentemente avanços medicinais comprovaram que, o consumo de “Cannabis” provoca cancro, assim como o do tabaco e o do álcool (mesmo assim em dimensões menores). Mas, no entanto, o consumo de “Cannabis” é utilizado para fins medicinais, como é o caso do tratamento de esclerose amiotrófica e trauma raquimedular e ainda, com o intuíto do relaxamento e alívio das dores provocadas por doenças crónicas, como é o próprio caso do cancro.
Para além dos fins medicinais referidos anteriormente existem também outros fins de igual importância como é o caso da sensação de bem-estar, euforia leve, introspecção, facilidade de expressão, aumento da percepção sensorial táctil, aumento do apetite, baixar a tensão (alta), insónias e alívio de dores menstruais.
A “Cannabis” é ainda uma droga que não provoca qualquer dependência, ao contrário do tabaco e do álcool. O tabaco (mais específicamente a nicotina) e o álcool provocam dependências físicas e psicológicas. O tabaco torna o fumador nervoso, ou seja, o fumador só se consegue “acalmar” quando está a fumar, o que torna a nicotina num tranquilizante e o tabaco num vício.
O álcool ao ser ingerido, pode causar efeitos depressivos, tal como o tabaco quando não é consumido. A “Cannabis” pelo contrário, causa somente efeitos anti-depressivos, levando a sensação de relaxamente e bem-estar, como foi referido anteriormente.
Existe ainda a teoria de que o haxixe pode provocar uma morte rápida (AVC), mas estudos revelam que o ser humano não pode morrer se somente tiver ingerido THC (composto químico psico-activo contido na Cannabis), a menos que a administação da dose tenha sido em dimensões exageradas e de forma intravenosa. Estudos realizados comprovam que o tabaco, provoca no ser humano uma morte lenta e dolorosa, com a amputação de dedos, pernas e braços, cancro do pulmão, efisema, ou próstata (de acordo com o observatório dos recursos humanos), ao contrário do haxixe.
Após a apresentação de argumentos que demonstram que a “Cannabis” tem diversas vantagens quando comparada a outras drogas que são aceites e legais, podemos concluír que vivemos numa sociedade essencialmente preconceituosa, que se rege por uma lógica não existente. Ao legalizarem o tabaco e o álcool, têm obrigatoriamente de legalizar a “Cannabis”, por uma questão de potencial. A “Cannabis” não tem potencial para originar tantos problemas como têm o álcool e o tabaco. Está cientícamente provado que a “Cannabis” é uma droga mais benéfica para a saúde quando comparada aos exemplos que referi anteriormente. Na minha opinião, a solução seria a legalização dos três, ou a proibição dos três, já que, avaliando os factos, podemos concluír que o haxixe é, das três drogas, a menos prejudicial.

Sofia Pedro

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