sábado, 5 de novembro de 2011

Capitulo IV (4º paragrafo)

Na passagem fala-se de pão e de homens, significando pão o mesmo que homens. Ao contrario dos outros comeres, como o peixe, a carne ou a fruta estes têm dias próprios para se comerem, enquanto o pão é o alimento do quotidiano, em que os homens não passam sem ele, e o comem com tudo. A passagem “ São o pão quotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos”, Vieira quer dizer como é natural aos homens alimentarem-se do pão todos os dias, como é natural explorar, passar por cima e aproveitar-se dos mais pequenos, ou seja, dos pobres e mais inofensivos. O padre António Vieira, faz uma pergunta aos peixes, essa interrogação, cativa os seus ouvintes e reforça a verdade que quer mostrar e é uma maneira de introduzi-la neles. Ao ouvirem o discurso do padre António Vieira, os peixes de uma maneira trivial abanam a cabeça, não se conformado com o que acabaram se ouvir. Sendo desconhecidos os modos dos homens estes ficaram bastante admirados, pois entre eles não há injustiças ou maldades, os peixes estão habituados a viverem em paz , tendo a capacidade de serem livres. Os homens estão acostumados a um ambiente de brutalidade de uns para os outros, em que nem os grandes estão a salvo, pois a sempre alguém maior que não só os engole a eles como a outros iguais. Esta característica dos homens e anormal aos peixes, sendo eles quem tem o discernimento, e cuidado que os homens por direito deviam ter, em vez disso tornam-se homens ignorantes e vaidosos. O padre António Vieira tem como objectivo de mudar os homens, ou pelo menos faze-los pensar, mesmo que não haja  uma mudança rápida.  

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