A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
Miguel Torga
Reflexão pessoal:
Este poema que eu escolhi leva-nos a reflectir sobre as insignificâncias da vida, aqueles momentos simples e banais que compõem o nosso dia-a-dia e a que, muitas vezes, nem damos valor, sempre à espera de grandes "acontecimentos".
Mas é o conjunto destas pequenas coisas que faz uma vida, estes "nadas" completam aquilo que é o nosso percurso. Temos de dar valor às coisas, porque são esses pequenos gestos, essas memórias que nos completam e nos fazem rir.
Mariana Esteves
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