O direito à greve é um, entre outros, direitos do Homem.
Infelizmente, durante muitos anos, esse direito não existiu para os portugueses e só após o 25 de Abril de 1974, com a instauração da democracia, passou a fazer parte da nossa Constituição.
Na minha opinião, este direito é muito importante, porque através da greve as pessoas demonstram o seu descontentamento em relação a determinadas condições impostas.
Existem vários motivos pelos quais as pessoas decidem fazer greve, uns com consequências mais graves do que os outros, mas todos com o mesmo objectivo: fazer-se ouvir, mostrando a insatisfação que sente perante algumas situações. Um dos motivos mais comuns é contra determinadas decisões dos governos, as políticas adoptadas e as situações perante o emprego. Quando todos os sindicatos se unem para fazer greve assistimos a uma greve geral.
Sendo a greve um direito, as pessoas podem, ou não, fazê-la, sem qualquer tipo de pressão ou obrigação. Se isto é assim em teoria, quantas vezes ouvimos, no entanto, que alguns trabalhadores sentem receio de aderir às greves.
Quando se faz greve há penalizações. Tem-se esse direito, mas é um direito agridoce: faltamos aos nossos compromissos para mostrar a nossa revolta mas, no final do mês, essa «revolta» é descontada no ordenado.
Nós, alunos, só vemos o lado bom das greves, a parte que nos afecta, na escola. Muitas vezes nem nos interessamos pelo porquê de haver greves, só queremos saber se o estabelecimento de ensino onde estudamos vai fechar ou não, e se teremos uma «folga» semanal. Eu, como vivo na mesma casa com dois funcionários públicos, sei das consequências que eles sofrem por quererem fazer-se ouvir perante o governo mas, da forma como o país se encontra, considero que as pessoas têm de se unir e mostrar o quanto estão descontentes com as novas «regras» impostas.
Infelizmente, e visto que o país está mergulhado numa grande crise económica e como os ordenados dos funcionários públicos vão descer no início do próximo ano, há quem não possa arriscar faltar ao emprego e perder um dia de ordenado, que muitas vezes é essencial.
Eu concordo com o direito à greve e sinto-me feliz por viver num país onde as pessoas têm este e outros direitos.
Mariana Esteves