O poema “A última Nau” é um poema escrito por Fernando Pessoa ilustre poeta e escritor português do século XIX/XX. Apresentou este poema, na minha opinião, como um espectro de alguém no seu presente mas com a perfeita noção de que seria mais tarde um passado. Na minha humilde análise penso que o autor, apresentou como tópico central “o mistério de el-rei D. Sebastião”.
Acontece que Fernando Pessoa conseguiu pegar numa passagem literária de Camões. Mais especificamente a epopeia Portuguesa “Os Lusíadas” (canto X) no suposto episódio que é conhecido como a ilha dos amores. O carismático evento onde os navegadores Portugueses tem relações com as ninfas. Neste simples acontecimento pudemos associar ao sucedido, uma aproximação destes simples homens á divindade, ou seja, que, estes meros navegadores naquele momento, quase se tornaram deuses. Servindo-se deste excerto Fernando Pessoa conseguiu de algum modo associar esta epopeia que se centra numa “conquista náutica” e usando o seu campo lexical para conectar a um passado menos distante a partida de El-Rei D. Sebastião que foi via marítima. Contudo o criador de todo este enredo demonstra o seu génio quando escreve no seu presente com o ponto de vista dum futuro onde ele se ausentará. Sabe conscientemente, que no futuro a perspectiva sobre a sua época contemporânea será feita com um olhar feito na base de algo sucedido, que reflecte algo ainda mais antigo.
O poeta refere a uma hora, penso com base no que referi nos parágrafos anteriores que ele fala nada mais, nada menos na lenda de D. Sebastião, que ainda hoje persiste. Embora seja impossível de um ponto de vista científico, acreditamos que um dia de nevoeiro D. Sebastião irá regressar no seu cavalo branco. Como crianças que acreditam que os bebés vêm das cegonhas, achamos engraçada a ideia. E continuamos a transmitir esta fantasia aos nossos descendentes, esperando que no futuro onde já não terá a nossa presença, este nosso legado, o legado de gerações de Portugueses, continue.
Ricardo Lopes nº25 10ºE
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