terça-feira, 15 de março de 2011


O pobre rato, chamado inesperadamente pela Fúria para ser julgado por ela, sente-se confuso e interroga-se como será possível, não havendo juiz ou jurado. A Fúria deixa então o rato a saber que será julgado só por ela e que é esse mesmo o seu objectivo; vencê-lo.
Justiça: “prática e exercício do que é de direito, conformidade com o direito, obrar ou julgar segundo aquilo que é justo”.
Mas o que é direito, o que é justo? A justiça é figura que se faz passar despercebida, é esquecida e ignorada. Se assim não fosse como poderíamos justificar todas as… injustiças?! O pobre rato de quem fala o poema é claramente injustiçado; é julgado por alguém superior, parcial, com o interesse de o vencer. As injustiças são paradoxos da vida; nascemos, à partida, todos com os mesmos direitos e oportunidades, o que é justo acontecer, no entanto há quem passe por graves situações durante a sua vida. Quem se orgulha de ser justo deve ter em conta que a justiça envolve a exigência da imparcialidade; o que é sempre uma posição difícil de manter firme, talvez por sensibilidade, talvez por simpatia para com o que os outros sentem. A justiça é para mim um valor essencial à minha conduta e penso que se todos nos dispuséssemos a agir de acordo com esta, e o que vou dizer parecerá um “cliché”mas, o mundo seria um melhor lugar onde mais pessoas seriam felizes e onde se sentissem confortáveis. Por outro lado a justiça é injusta. Até que ponto poderemos afirmar que a justiça é o melhor ou pior caminho a seguir? – É por isso que prefiro não adoptar uma posição extrema acerca dos assuntos; deve poder haver uma certa oscilação do nosso comportamento que se adapta às várias situações do quotidiano.

Maria João

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