terça-feira, 23 de novembro de 2010

Comentário

          Eu penso que o autor pretende passar a imagem da ilusão que o homem vive, pois o homem ao avaliar-se cinge-se muito à sua aparência. E a aparência é apenas uma parte do que somos. Por esse motivo, o autor faz a pergunta “E a nossa própria imagem não somos nós num efeito quimérico de luz?”. Estamos presos à nossa aparência e esta muitas vezes determina o que podemos fazer e o que somos para os outros, pois todos temos o hábito de pôr um rótulo às pessoas. Podemos dizer que o provérbio “As aparências iludem” se enquadra neste contexto. Ainda falando na pergunta que o autor faz, ao lermo-la vemos que utilizou uma palavra muito importante, a palavra luz. E o que significa esta palavra no meio desta pergunta? Não seria a mesma coisa com ou sem esta? Na minha opinião, não, pois sem luz não vemos. É a luz que nos permite visualizar um reflexo de nós próprios, permite-nos ter uma ideia daquilo que somos. Dá-nos cor. Mais à frente, quando o autor compara a dor de cabeça ou qualquer pensamento a esta ilusão, podemos depreender que ambos estes exemplos nos afectam e isso transparece cá para fora, chegando muitas vezes a afectar os outros. Isso acorrenta o homem, obrigando-nos a criar uma imagem exterior daquilo que não somos. Sendo esta apenas uma sombra. É esta sombra que leva os outros a criar uma imagem nossa que não corresponde aquilo que somos. Trazendo-nos de novo para a questão da uma ilusão. Se nem nós conseguimos decifrar tudo aquilo que somos? Quem o conseguirá? A esta pergunta temos uma resposta na frase que se segue “A obra de arte é a projecção, no exterior, da Fauna e Flora criadas na nossa intimidade.”. A arte é o espelhar do nosso mundo, o reflexo de sentimentos e emoções que não conseguimos transmitir, projectar. Não nos vemos por dentro e por esse motivo, não vemos quem realmente somos. Só iremos poder conhecer-nos quando conseguirmos exprimir tudo o que existe dentro de nós. São estes sentimentos que fazem de nós aquilo que somos.
          Concluindo, eu penso que o autor se baseou nos mitos gregos, como o mito da caverna e o mito do narciso, que reflectem estes aspectos, principalmente o reflexo, a sombra daquilo que somos. Uma ilusão aos olhos da humanidade.

Madalena Resende




3 comentários:

  1. Gosto imenso do texto da Madalena. Concordo com as ideias dela expressas no texto.

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  2. Também gostei muito do texto da Madalena e agradou-me o facto de incluir provérbios no seu texto

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