Eu penso que o autor pretende passar a imagem da ilusão que o homem vive, pois o homem ao avaliar-se cinge-se muito à sua aparência. E a aparência é apenas uma parte do que somos. Por esse motivo, o autor faz a pergunta “E a nossa própria imagem não somos nós num efeito quimérico de luz?”. Estamos presos à nossa aparência e esta muitas vezes determina o que podemos fazer e o que somos para os outros, pois todos temos o hábito de pôr um rótulo às pessoas. Podemos dizer que o provérbio “As aparências iludem” se enquadra neste contexto. Ainda falando na pergunta que o autor faz, ao lermo-la vemos que utilizou uma palavra muito importante, a palavra luz. E o que significa esta palavra no meio desta pergunta? Não seria a mesma coisa com ou sem esta? Na minha opinião, não, pois sem luz não vemos. É a luz que nos permite visualizar um reflexo de nós próprios, permite-nos ter uma ideia daquilo que somos. Dá-nos cor. Mais à frente, quando o autor compara a dor de cabeça ou qualquer pensamento a esta ilusão, podemos depreender que ambos estes exemplos nos afectam e isso transparece cá para fora, chegando muitas vezes a afectar os outros. Isso acorrenta o homem, obrigando-nos a criar uma imagem exterior daquilo que não somos. Sendo esta apenas uma sombra. É esta sombra que leva os outros a criar uma imagem nossa que não corresponde aquilo que somos. Trazendo-nos de novo para a questão da uma ilusão. Se nem nós conseguimos decifrar tudo aquilo que somos? Quem o conseguirá? A esta pergunta temos uma resposta na frase que se segue “A obra de arte é a projecção, no exterior, da Fauna e Flora criadas na nossa intimidade.”. A arte é o espelhar do nosso mundo, o reflexo de sentimentos e emoções que não conseguimos transmitir, projectar. Não nos vemos por dentro e por esse motivo, não vemos quem realmente somos. Só iremos poder conhecer-nos quando conseguirmos exprimir tudo o que existe dentro de nós. São estes sentimentos que fazem de nós aquilo que somos.
Concluindo, eu penso que o autor se baseou nos mitos gregos, como o mito da caverna e o mito do narciso, que reflectem estes aspectos, principalmente o reflexo, a sombra daquilo que somos. Uma ilusão aos olhos da humanidade.
Madalena Resende
Gosto imenso do texto da Madalena. Concordo com as ideias dela expressas no texto.
ResponderEliminarTambém gostei muito do texto da Madalena e agradou-me o facto de incluir provérbios no seu texto
ResponderEliminarMuito bem, Madalena.
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