QUINTO/ D.
AFONSO HENRIQUES
Pai, foste cavaleiro,
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!
Neste podemos observar a descrição de D. Afonso Henriques e dos seus
grandes feitos.
Na 1º estrofe, D. Afonso Henriques é chamado de ‘Pai’, remetendo-se para o sentido
de D. Afonso Henriques ter conquistado o condado portucalense na batalha de
Ourique, disputada com o rei de Castelo. D. Afonso Henriques é caracterizado
como o pai de Portugal, sendo o responsável pela sua independência e pela
liberdade dos portugueses. A palavra ‘cavaleiro’ utilizada para o descrever,
remete-nos para os valores de coragem e honra que D. Afonso Henriques possuía.
Observa-mos também nesta estrofe, um vocativo. Na sua vigília (oração em
que esperam por algo), os portugueses apelam para que D. Afonso Henriques lhes dê
força e o exemplo.
Na 2º estrofe podemos observar novamente um vocativo por parte do povo português,
apelando pela sua bênção como uma arma/ força, e a espada como coragem.
Podemos relacionar este poema com o poema anterior D. Tareja, na medida em
que possuem um discurso vocativo semelhante.
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SEXTO / D. DINIS
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
Neste poema é nos apresentado as características e grandes feitos de
D.Dinis.
Na 1º estrofe é nos apresentado o seu culto pela escrita e pela cultura (1º verso).
É também remetida a relação com o seu cognome ‘lavrador’ pois foi este que plantou o pinhal de Leiria que deu a madeira necessária à criação das naus que foram usadas para os descobrimentos, podemos observar neste exemplo a capacidade visionária de D. Dinis.
Nesta estrofe aparece também a ideia de profetização (verso 3). A expressão de ‘ouve um silêncio múrmuro consigo’ corresponde ao som as ondas que D. Dinis escuta, profetizando os descobrimentos.
Na 1º estrofe é nos apresentado o seu culto pela escrita e pela cultura (1º verso).
É também remetida a relação com o seu cognome ‘lavrador’ pois foi este que plantou o pinhal de Leiria que deu a madeira necessária à criação das naus que foram usadas para os descobrimentos, podemos observar neste exemplo a capacidade visionária de D. Dinis.
Nesta estrofe aparece também a ideia de profetização (verso 3). A expressão de ‘ouve um silêncio múrmuro consigo’ corresponde ao som as ondas que D. Dinis escuta, profetizando os descobrimentos.
Na 2º estrofe, D. Dinis é descrito como um arroio, um pequeno e jovem rio
numa nova e jovem nação.
De novo está presente a ideia do futuro e do destino dos portugueses. No
último verso, podemos observar a ideia dos heróis portugueses ansiando pelo
mar, pelas descobertas e pela sua glória.
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Relação com os Lusíadas:
D. Dinis nos Lusíadas é descrito como um homem mais ‘terreno’ procurando o
desenvolvimento do seu país , através de obras públicas.
Pelo contrário, na Mensagem, é observada uma mitificação de D. Dinis como um profeta que espera e prevê o glorioso futuro do povo português.
Pelo contrário, na Mensagem, é observada uma mitificação de D. Dinis como um profeta que espera e prevê o glorioso futuro do povo português.
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