domingo, 25 de novembro de 2012

Analise dos poemas “o Infante” e “ Horizonte”

O “Infante” é o primeiro poema da segunda parte de Mensagem, este poema funciona como uma semente do que se seguirá. Este poema é dividido em três partes, a primeira remete apenas para o primeiro verso da primeira estrofe.
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” Neste verso, esta contido o conceito de homem. O simbolo do Homem universal, que realiza o sonho por vontade divina: ele reune todos as qualidades, virtudes e valores para ser o intermediario entre os homens e Deus. Este conceito também esta na mesma linha do conceito descrito por Camões nos Lusiadas, onde os homens honrosos alçancaram a imortalidade, pelo seu esforço e sofrimento.
A segunda parte do poema, vai desde o segundo verso da 1ª estrofe até ao fim da 2ª. D
Nesta é nós apresentado a vontade de Deus, o seu desejo e unir toda terra pelo mar, confiando essa misssão ao Infante,_”Sagrou-te, e foste desvendando a espuma”. O verso reforça a ideia de Infante D. Henrique como o herói mítico, aquele que Deus manipula quase como uma marioneta, o que obedece as suas ordens, cumprindo a missão que lhe é destinada, que consistia em desvendar os mares_”Que o mar unisse”_ e descobrir que a terra era redonda, _”E viu-se a terra inteira, de repente. Surgir redonda, do azul profundo”.
Na última parte do poema esta contida na última estrofe. Os dois ultimos versos do poema oscilam entre e euforia da constatação da grandeza do passado _ “cumpriu-se o Mar”_, o desencanto do presente _ “e o imperio se desfez”_ e o apelo à construção de um Portugal novo, numa já clara alusão ao mito do quinto Imperio_”Senhor, falta cumprir-se Portugal”. Este Imperio é de natureza espiritual e sera construido por homens purificados, ou seja, homens honrosos que Deus escolhe pelas suas grandezas e virtudes.

O Horizonte:

O poema “Horizonte” inicia-se com uma apóstrofe que evoca um mar anterior ao Portugal das descobertas. Partindo desde pressuposto, Pessoa sublinha, o contraste entre o mar desconhecido e assustador _”anterior a nós”_ onde “noite”, “cerração” e “misterio” têm uma conotação negativa e o mar novo, onde “coral”, “praias” e “arvoredos” têm uma conotação positiva. Nos dois ultimos versos da primeira estrofe há uma referência à beleza e o fascionio da conquista do “Longe” e ao valor oculto dos versos_ “o sul sidério/ Splendia sobre as naus de iniciação”, em que as viagens das descobertas não são apenas maritimas, mas viagens iniciativas, de demanda de um conhecimento superior.
Na segunda estrofe há uma descoberta progressiva e gradual do Longe: “ se aproxima”, “ergue-se”, “Mais perto, abre-se”, “no desenbarcar. há”. Fernando Pessoa sublinha que o abstrato concretiza-se em “encosta”, “arvores”, “sons e cores”, “aves, flores”, tudo o que foi descoberto.
Na ultima estrofe, é apresentada uma definição de o “sonho”. O Sonho é procurar alcançar o que esta mais além, é o esforço para chegar mais longe. Animado da “esp´ranca e da vontade”, conduz à conquista da “ Verdade” (a maiúscula reforça o absoluto da verdade etapa última de qualquer demanda). Visto que o sonho é aceder à
verdade, sendo que esta constitui o premio de quem por ela se esforça. O premio, a recompensa, refere-se aos “beijos merecidos” que esta relacionada com a Ilha dos Amores na epopeia camoniana. Onde esta ilha reprezenta o premio para aqueles homens honrosos que arriscaram a sua vida por um bem maior, os descobrimentos. Neste sentido a verdade é a recompensa dos Homens na Mensagem de Fernando Pessoa.

Maria Carmo

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