A aula de 17 de Fevereiro teve como tema a suposta inocência das crianças, a existência de uma consciência maléfica nas mesmas e a existência das pessoas, no decorrer de uma conversa sobre o crime que havia decorrido em Beja apenas uns dias antes.
Daqui partimos para tentar perceber os motivos que levaram o perpetrador do crime a fazer tal coisa, e a perceber também de onde esses motivos vinham, se de algumas ideias adquiridas durante a sua vida adulta, se era apenas insanidade pura, se tinha sido a sociedade que tinha imposto tais ideias, ou mesmo se essas ideias vinham desde a infância do sujeito. Destas questões surgiu uma hipótese, trazida ao de cima pelo professor: a hipótese da existência de um génio maléfico. Isto é, o caso de durante a nossa vida, a nossa percepção do que está bem ou mal não se moldar à sociedade. Introduziu-se a ideia de que todas as crianças nascem más, mas graças ao seu crescimento, integração na sociedade, desenvolvimento pessoal, socialização, educação, estas de algum modo dominam o seu “génio maléfico”. Ao dominar esse génio, pelo menos ao controlá-lo, a criança irá deter na sua vida, uma ideia de bem e mal, e apenas em situações extremas ou em que a sua mente seja alterada é que esta vai matar um monte de pessoas com uma catana.
Concordo com esta ideia. É da própria natureza humana desde o princípio dos tempos, matar para sobreviver ou demonstrar superioridade, mas estas ideias pré-históricas desapareceram, por assim dizer, nas regras implícitas da sociedade quando esta se tornou, de facto, uma sociedade civilizada. É por isso que graças à educação que temos, que nos dão e que percebemos do mundo em redor, que todos nós não vivemos numa total anarquia em que se alguém faz algo que não gostamos, pancadaria neles. Mas tem sempre de existir uma linha que divide uma pessoa que não esteve integrada na sociedade, não tendo noções do que se pode ou não fazer, e uma pessoa que não está sã.