segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Será que a democracia, em sim mesma e por si só, está garantida pelo acto de votar?

   A democracia, palavra que deriva do grego demo+kratos, é um regime de governo no qual o poder de tomar as mais importantes decisões políticas cabe aos cidadãos. Uma democracia pode existir num sistema parlamentarista, republicano ou monárquico.
   O sistema democrático foi então criado de forma a garantir a total liberdade na escolha dos representantes no parlamento, por parte dos cidadãos.

   Será que a democracia está garantida apenas pelo acto de votar? Não. No acto de votar, o povo (os cidadãos) elege o representante de acordo com as suas escolhas e interesses, mas, eleger determinado representante, não garante que este posteriormente aja de acordo com o que garantiu aos cidadãos, no seu programa eleitoral. Sendo assim, é possível que determinado representante tenha em vista determinadas medidas, medidas essas que à partida agradam ao povo, mas, no entanto, assim que o representante é eleito, pode quebrar o elo que o liga ao povo, deixando de ter legitimidade democrática para exercer a função para a qual foi eleito, se não cumprir as medidas que “prometeu” ou disse cumprir, daí que o exercício da democracia não se resuma apenas ao acto de votar, e seja uma acto constante.

   Esse não cumprimento gera indignação, protestos e manifestações. Será que é isto que põe a democracia em causa? Não, isto é o exercício da democracia no seu todo, isto é, a participação activa dos cidadãos na actividade política do país.

   A democracia apenas poderá estar em risco, quando há quebra de confiança por parte dos eleitores nos governos, o que pode levar à falta de legitimidade de quem governa para exercer a função.

   Assim, para uma democracia saudável, os eleitos devem cumprir o mais possível o que prometeram, e os eleitores, os cidadãos, devem intervir na sociedade, defendendo a democracia, não apenas no solitário acto de votar.
 
   Inês Ameixa nº14

 

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