quinta-feira, 17 de março de 2011

Justiça


É frequentemente verificado ao longo de toda a obra de “Alice no País das Maravilhas” que o critério de escolha de palavras utilizadas pela protagonista não é de todo habitual. O seu significado é subestimado, sendo simplesmente valorizada a sua sonância. No discurso de Alice as palavras não são aplicadas pelo seu conteúdo, mas sim por serem “palavras pomposas para se dizer”.

Também no poema em questão, estão assentes influencias deste fenómeno. É possível observar como a aplicação do termo “justiça” é extremamente fútil e superficial. O significado deste conceito tão apreciado na nossa sociedade não é minimamente semelhante ao da sua utilização no poema. Na verdade, a definição e a especificidade dos termos utilizados pouco importa, sendo estes de significado muitas vezes variável ao longo de toda a obra.
Este facto é altamente contrastante com muitos dos valores da nossa sociedade, na qual aquilo que é vago, indefinido ou incoerente é tido como algo negativo. Na obra estas características vão aparecendo com naturalidade, como algo com o qual a personagem está habituada a conviver.

Se tivermos em conta esta base na qual a história vai sendo construída não estranharemos, tal como todas as personagens, que um julgamento seja motivado por uma bela manha ou por uma sensação de vagar. Muito menos será de duvidar que uma mesma figura seja juiz e jurado.

Ao longo de todo o conto as leis e os factos vão sendo criados ou manipulados de uma forma tão desprovida de racionalidade que nada e inesperado. Mas os acontecimentos são tão irregulares que seria impossível criar linhas de conduta que permitissem leis jurídicas com alguma possibilidade de aplicação.

Talvez a justiça não seja uma necessidade no mundo fantástico e imprevisível no mundo imaginário de Alice. As leis da natureza prevalecem podendo ser observada sistematicamente a lei do mais forte quando são frequentemente referidos animais que comem outros animais.
Sofia David

terça-feira, 15 de março de 2011

Justiça


Neste poema a Fúria diz que o Rato vai ser levado a tribunal e que ela própria vai ser jurada e juiz.
Justiça é ‘’a acção ou poder de julgar alguém, punindo ou recompensando’’.
No meu ver, neste poema não existe justiça. A Fúria vai julgar o Rato como juiz e jurada, ou seja, o Rato vai ser julgado apenas por um animal e não terá hipóteses de não ser condenado. O julgamento irá proceder como a Fúria quiser e a pena será a que ela decidir. De acordo com a definição de justiça a Fúria não está errada, certamente que tem o poder que julgar alguém mas será isto justo? Será justo haver apenas um juiz? Mesmo com vários é justo? Existe realmente justiça? Nos tempos que correm não temos certeza se realmente há ou não justiça. Muitos são os casos onde existe corrupção e onde os casos são mal avaliados e o culpado não e condenado com deveria. Será que realmente existe justiça no nosso país? Se nem no País das Maravilhas existe como poderá existir no nosso Mundo?
Margarida Gomes nº11

Justiça ao Rato



Na história do Rato, no capítulo 3 (A Corrida Presidencial e uma História Comprida) do livro “Alice no País das Maravilhas”, foi nos pedido que encontrássemos uma noção de Justiça. Não há muito que se retire deste curto trecho em forma de cauda, pois, passe a redundância, é curto, e algo confuso.1
Este trecho fala-nos de duas personagens, a Fúria e o Rato. A Fúria, sem razão aparente, quer levar o Rato a tribunal, e quando este diz que um tribunal sem as pessoas que o fazer é um gasto de latim, esta diz que será juiz e jurado, apenas para atingir o seu fim, condenar o Rato à morte. Isto demonstra-nos uma certa corrupção, no modo em que a Fúria sente-se no poder de ser os dois poderes em causa num tribunal, apenas para condenar o Rato à morte. Não é justo algo ou alguém ter o poder todo apenas para servir os seus próprios interesses, especialmente se esses interesses forem condenar alguém a algo.
Mas afinal o que é a Justiça? O dicionário nos diz:
1.Princípio moral que exige conduta justa, com respeito ao direito e à equidade.
2. Conformidade a esse princípio, manifestado em actos ou comportamentos.
3. Respeito ao direito de cada um.
4.Carácter do que é justo, imparcial.
5. Instituição ou conjunto de instituições que exercem um poder jurisdicional.
6. Conjunto de todas as pessoas encarregadas de aplicar as leis; autoridade judicial.
                E isso é algo que não vemos neste trecho. O Rato está no seu direito e não está a ser respeitado, e com certeza que o júri do caso não é imparcial, pois este é o próprio acusador. Termino dizendo que situações destas acontecem nos dias de hoje. A Justiça devia ser um valor inerente à sociedade em que vivemos, mas dificilmente a encontramos em certas situações.





1 Uma curiosidade. Este trecho está em forma de cauda devido a um trocadilho que se perde na tradução. No original, diz “a long and sad tale” que Alice compreende como sendo “a long and sad tail”. Tale=conto, tail=cauda. Por isso, a história do Rato está em forma de cauda.

O pobre rato, chamado inesperadamente pela Fúria para ser julgado por ela, sente-se confuso e interroga-se como será possível, não havendo juiz ou jurado. A Fúria deixa então o rato a saber que será julgado só por ela e que é esse mesmo o seu objectivo; vencê-lo.
Justiça: “prática e exercício do que é de direito, conformidade com o direito, obrar ou julgar segundo aquilo que é justo”.
Mas o que é direito, o que é justo? A justiça é figura que se faz passar despercebida, é esquecida e ignorada. Se assim não fosse como poderíamos justificar todas as… injustiças?! O pobre rato de quem fala o poema é claramente injustiçado; é julgado por alguém superior, parcial, com o interesse de o vencer. As injustiças são paradoxos da vida; nascemos, à partida, todos com os mesmos direitos e oportunidades, o que é justo acontecer, no entanto há quem passe por graves situações durante a sua vida. Quem se orgulha de ser justo deve ter em conta que a justiça envolve a exigência da imparcialidade; o que é sempre uma posição difícil de manter firme, talvez por sensibilidade, talvez por simpatia para com o que os outros sentem. A justiça é para mim um valor essencial à minha conduta e penso que se todos nos dispuséssemos a agir de acordo com esta, e o que vou dizer parecerá um “cliché”mas, o mundo seria um melhor lugar onde mais pessoas seriam felizes e onde se sentissem confortáveis. Por outro lado a justiça é injusta. Até que ponto poderemos afirmar que a justiça é o melhor ou pior caminho a seguir? – É por isso que prefiro não adoptar uma posição extrema acerca dos assuntos; deve poder haver uma certa oscilação do nosso comportamento que se adapta às várias situações do quotidiano.

Maria João

A Ultima Nau


A última nau é um poema do livro Mensagens de Fernando Pessoa. Neste poema, na minha opinião, Fernando pessoa começa por descrever D. Sebastião, sendo como uma imagem baça, como uma miragem, pois ainda hoje vemos a lenda do rei que num dia de nevoeiro desapareceu, como uma historia para crianças, com um final feliz, algo que é inimaginável alcançar.
No segundo verso o poeta refere-se ao mistério do desaparecimento do rei , enunciando uma cena inserida nos lusíadas, a ilha dos amores, pois nesta ilha também desaparecida, nunca ninguém lhe alcançou a costa. Na passagem “Não voltou mais. A ilha indescoberta ” o poeta tenta comparar a ilha onde ninfas sem roupa têm o intuito de atrair marinheiros, com o local onde D. Sebastião “foi parar”. Fernando Pessoa tem como principal propósito não só mostrar mas também certificar-se que de alguma maneira as marcas do passado transitam para o futuro. O Poeta tem a plena consciência que no dia que falecer os seus conhecimentos e opiniões serão arrastados com ele.
Este que até agora se tinha referido ao passado de Portugal, diz, num aparte, que o futuro e por vezes intuivel aos homens e passa imediatamente a contar a sua visão do porvir. Neste momento penso que o poeta se refere que ao estarmos atentos ao passado, conseguimos dirigir e moldar o futuro ao nosso bem prazer.      

Maria Carmo 

domingo, 13 de março de 2011

Reflexão do Poema “A Última Nau” de Fernando Pessoa

O poema “A última Nau” é um poema escrito por Fernando Pessoa ilustre poeta e escritor português do século XIX/XX. Apresentou este poema, na minha opinião, como um espectro de alguém no seu presente mas com a perfeita noção de que seria mais tarde um passado. Na minha humilde análise penso que o autor, apresentou como tópico central “o mistério de el-rei D. Sebastião”.
Acontece que Fernando Pessoa conseguiu pegar numa passagem literária de Camões. Mais especificamente a epopeia Portuguesa “Os Lusíadas” (canto X) no suposto episódio que é conhecido como a ilha dos amores. O carismático evento onde os navegadores Portugueses tem relações com as ninfas. Neste simples acontecimento pudemos associar ao sucedido, uma aproximação destes simples homens á divindade, ou seja, que, estes meros navegadores naquele momento, quase se tornaram deuses.                                                                                               Servindo-se deste excerto Fernando Pessoa conseguiu de algum modo associar esta epopeia que se centra numa “conquista náutica” e usando o seu campo lexical para conectar a um passado menos distante a partida de El-Rei D. Sebastião que foi via marítima. Contudo o criador de todo este enredo demonstra o seu génio quando escreve no seu presente com o ponto de vista dum futuro onde ele se ausentará. Sabe conscientemente, que no futuro a perspectiva sobre a sua época contemporânea será feita com um olhar feito na base de algo sucedido, que reflecte algo ainda mais antigo.
O poeta refere a uma hora, penso com base no que referi nos parágrafos anteriores que ele fala nada mais, nada menos na lenda de D. Sebastião, que ainda hoje persiste. Embora seja impossível de um ponto de vista científico, acreditamos que um dia de nevoeiro D. Sebastião irá regressar no seu cavalo branco. Como crianças que acreditam que os bebés vêm das cegonhas, achamos engraçada a ideia. E continuamos a transmitir esta fantasia aos nossos descendentes, esperando que no futuro onde já não terá a nossa presença, este nosso legado, o legado de gerações de Portugueses, continue.
Ricardo Lopes nº25 10ºE

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Mundo Perfeito

O mundo perfeito, ao falarmos livremente sobre este fantástico e utópico tema aparecem lamentações mas também perguntas. Podemos tornar o mundo em que vivemos num mundo perfeito? Podemos fazer a diferença para que isso aconteça? O que fazer para que tal aconteça?
O “mundo perfeito”, quando se combina estas duas palavras nesta pequena grande frase, soa a um paradoxo, perfeição, a arte de efectuar algo com a maior precisão, e mundo. O nosso mundo que aglomerado de defeitos, incorrecções e erros que custam vidas todos dias. O mundo em que vivemos deixou de ser uma bênção para uns, mas sim uma maldição. O mundo em que se vive sem consciência do presente nem do futuro, o que é habitado por bichos que andam só com duas patas, e “nada” no topo. Chamar-lhe-ei por agora o bicho, porque amanhã terá um nome bem pior.
Quando falo no “mundo perfeito” penso nas primeiras páginas da Bíblia o Génesis, Adão e Eva e o seu jardim de Éden. O paraíso sem morte, sem o mal, sem pecado, sem sofrimento. Deus havia criado um mundo sem dor, sem esforços em troca da bondade da sua favorita criação o Homem. Penso que ainda é possível de ser concretizado. Há que perguntar-nos e fazer uma profunda introspecção, chegar a conclusões e fazer algo por essas mesmas conclusões para que seja possível fazer algo para concretizar o nosso objectivo de tornar este mundo em algo belo e perfeito esta deveria ser a receita para as nossas futuras acções, questionar, julgar ou deliberar e concretizar pelo bem maior.

Ricardo Lopes nº25 10ºE