sábado, 8 de outubro de 2011

A experiência e o limite

O tempo passa, o mundo dá voltas e as pessoas mudam com o tempo. Todos nós nos tentamos prender à ideia que somos diferentes, únicos, intocáveis, intemporais e acima de tudo invencíveis. Mas a triste ou feliz verdade, dependendo do ponto de vista, é que ninguém vive para sempre. Talvez seja possível pensar que sim quando estamos no auge da juventude mas ninguém foge ao envelhecimento: nem os ricos, nem os pobres, morais ou imorais.
Sempre ouvi dizer que a vida se dividia em seis fases: bebé, criança, adolescente, jovem adulto, adulto e idoso. Pois parece que quando uma pessoa faz essa complicada passagem de uma criança adorável e inocente para adolescente temperamental o comboio descarrila. Todos pensam: "Mas que raio se passou aqui?". As hormonas fazem das suas pequenas partidas nas pessoas, e as atitudes que outrora pareciam impossíveis, passam a ser o mais regular. Então qual é o limite para um adolescente? Qual é o limite para uma pessoa que é apresentada a um mundo liberal onde os únicos impedimentos para a possibilidade de quebrar as regras são as leis da sua própria consciência?
Existe quem pense que controlar e monitorizar o adolescente de perto é a atitude correcta. Eu acredito na experiência moderada combinada com algum diálogo parental. Estamos na idade de cometer erros, na idade de "não pensar". Mas o problema desta teoria é que é necessário ter também a responsabilidade necessária para suportar os erros e para nos levantarmos quando caímos.
Sempre tive vários conflitos por causa deste tema: sou contra quem me diz: “Se os jovens são pessoas informadas não deviam cometer os mesmos erros que as gerações passadas.” Eu entendo, e, é de facto um argumento válido, mas na realidade uma vida sem erros é uma vida sem experiências. Por vezes os pais, professores ou qualquer guia que tenhamos na nossa vida querem tentar antecipar as nossas questões para evitar sofrimentos futuros. Mas o único método realmente eficaz é viver! Por vezes temos de "ser estúpidos" e fazer algo que mais provavelmente não vai correr bem, mas e se correr? Como disse acima, na minha opinião, estamos na idade da experiência e senão experimentarmos nesta altura quando é que vamos experimentar? Quando tivermos 40 anos, marido, filhos e carreira estabelecida? 
Muitos pais não se conseguem conformar por deixarem de estar no “patamar” de heróis insubstituíveis dos filhos e não conseguem aguentar o olhar crítico dos jovens. Por isso existem pais que controlam exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças. Demasiado controlo e falta de liberdade apenas traz mais aversão a regras e rebeldia, daí não ser a melhor forma de tratar um adolescente.
Quem pode dizer que nunca se sentiu tentado a passar o limite, quebrar as regras? Eu digo honestamente que sim. E sim já errei, já me arrependi mas com essas coisas consegui aprender. O mais provável e que ainda vá tomar o caminho errado algumas vezes mas afinal como é que uma criança percebe que o fogo queima? Com a experiência. Mas a verdade é que cada erro deixa em nós uma ferida que com o tempo se torna numa pequena cicatriz e essa cicatriz é um lembrete de que errámos, que somos humanos. O importante é termos a capacidade de não voltar a errar e a cair no mesmo buraco!
Em conclusão a experiência é a melhor forma de crescer, é a partir dela e dos conjuntos de erros e vivências, que cada jovem indivíduo se torna um cidadão do mundo com ideias, histórias, sonhos e acima de tudo, conhecimento!


Andreia Bordon Rosa

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